LP – DVORAK SYMPHONY No. 7
ISRAEL PHILHARMONIC - ZUBIN MEHTA
ISRAEL PHILARMONIC TOUR 1968
LONDON 1970
LLC 5259 / ESTEREOFONICO
A Sétima foi a primeira das nove Sinfonias de Dvorák a obter e manter larga ressonância pública. Composta por convite da sociedade Filarmônica de Londres, foi concluída na primavera de 1885, e a primeira audição teve a regência do próprio compositor, no St James Hall, Londres, abril do mesmo ano. Segundo carta que Dvorák escreveu alguns dias mais tarde, foi “imensamente bem sucedida, e a próxima execução alcançará ainda mair sucesso”.
Dvorák era realmente modesto acerca de sua obra. Muito embora seus críticos não tivessem dificuldades em sublinhar numerosos exemplos de apressada escrita e idéias musicais ingênuas na maioria de suas composições, sua carência de modéstia era em si mesma o resultado inevitável dum instinto genuinamente rústico, temperamento lutando pelo sucesso no mundo sofisticado da musica séria.
Seis anos decorrera desde que Dvorák compusera sua previa Sinfonia, publicada sob “Nº 1”. A numeração verdadeira de suas Sinfonias durante muito tempo constituiu fonte de confusão, pela qual o compositor deveria responsabilizar-se. A segunda a ser publicada foi a em ré menor, op. 70, cujo manuscrito acrescenta maior balbúrdia, inscrevendo na primeira pagina o título “Sexta Sinfonia”. Era certamente a Sétima que escreveu, conforme ficou estabelecido sem discrepância.
A evolução inspiracional, bem como a maestria que a Sinfonia demonstra, em comparação com as seis anteriores, constitui um milagre do progresso criador, em qual somente poderá explicar-se em termos de gênio, jamais em termos exclusivamente lógicos. Por todos os títulos trata-se duma grande e autentica Sinfonia; e a circunstância de dispor-se de Dvorák, a escrever uma obra “que deverá como tal abalar o mundo” é mais um sinal de sinceridade apaixonada do que uma supergrandiosa ambição.
Por algum tempo, Dvorák estava super ancioso em começar uma nova obra sinfônica, como resultado da Terceira Sinfonia de Brahms, então recentemente composta. O próprio Brahms tornara-se o mais recente campeão de Dvorák, como também seu mais severo crítico, em constantes reproches de seus descuidos, mais encorajando-o com valiosos conselhos e generosa assistência. O convite da Sociedade Filarmônica de Londres outorgou a Dvorák o impulso final para a nova obra, concluída num lapso de tempo pouco mais de três meses.
A em ré menor é porventura a menos extrovertida de todas as sinfonias. A riqueza melódica da partitura compensa momentos de fraqueza, que tanto afetam as composições anteriores. O profundo sentido de tragédia intima e força, que caracteriza os quatro movimentos, acha-se manipulado com uma habilidade dramática que torna os momentos culminantes, ao mesmo tempo inevitáveis e poderosos. O encanto genial e o humor característico da 8ª. E 9ª. Sinfonias, aqui aparecem apenas fugazmente.
0 1º movimento é um arco magnífico de compacto pensamento sinfônico. Entre o inico inquieto e sussurrado e os compassos finais, calmos e descansados, ocorre uma tempestade ameaçadora e passional de imenso, inflexível poder. Os temas são largos, diretos, fervidos; poucos os instantes de repouso. Mesmo estes acompanham geralmente por uma inquietação nas cordas graves que jamais permite relaxamento de tensão abaixo da superfície, até os compassos finais, todas as paixões subjugadas, preparando-se o caminho para a majestosa glória do 2º movimento.
O segundo é o mais longo movimento da obra, mesmo após encurtá-lo de um quarto, depois da estréia. É um dos mais perfeitos exemplos da habilidade de Dvorák., inscrevendo uma sucessão de melodias igualmente belas e inspiradas, entrelaças numa estrutura formal, que se torna por si mesma irrelevante, em virtude do inabalável apelo emocional da própria musica. O solo de trompa oferece um dos grandes momentos de extasiada exaltação; e o clímax final contem um senso de relevo magnificamente atacado, realizado e concluído, extinguindo-se suave, graciosamente, numa paz absoluta. Há tanta beleza neste movimento que apenas conjeturamos se haveria ainda mais, quando apresentado em sua forma original.
O significado universal dos primeiros dois movimentos combina-se idealmente com o caráter essencialmente nacional do SCHERZO. Enquanto nas duas ultimas Sinfonias, a influencia boêmia espalhou-se liberalmente em todos os movimentos, nesta veio a concentrar-se nos derradeiros dois movimentos, predominantemente no SCHERZO. O Trio idílico e pastoral, contrasta fortemente com o vigor e tensão do Scherzo. Contem no começo uma dessas passagens longas, sinuosas, emocionalmente belas, que se incluem entre as mais importantes contribuições de Dvorák a literatura sinfônica.
Os cordiais compassos iniciais do FINALE ainda mantêm o clima trágico predominante – uma ambiência somente aliviada pelo aparecimento do segundo motivo, na dominante maior. Tocada primeiro nos violoncelos, com uma ornamentação rendada a cargo dos violinos, é uma linda larga, calorosa, confidente, que rivaliza com outras idéias mais violentas, enquanto o movimento prossegue. Ao aproximar-se o epílogo, clímax segue clímax numa sucessão de ondas, coroada por uma vaga final (molto maestoso), quando toda a fúria reprimida é magicamente dispersa por modulação brilhante, porem breve, para a subdominante, antes dos acordes finais, que triunfalmente terminam a maior de todas as sinfonias de Dvorák.
Ray Minshull
Trad. Dr José da Veiga Oliveira
ISRAEL PHILHARMONIC - ZUBIN MEHTA
ISRAEL PHILARMONIC TOUR 1968
LONDON 1970
LLC 5259 / ESTEREOFONICO
A Sétima foi a primeira das nove Sinfonias de Dvorák a obter e manter larga ressonância pública. Composta por convite da sociedade Filarmônica de Londres, foi concluída na primavera de 1885, e a primeira audição teve a regência do próprio compositor, no St James Hall, Londres, abril do mesmo ano. Segundo carta que Dvorák escreveu alguns dias mais tarde, foi “imensamente bem sucedida, e a próxima execução alcançará ainda mair sucesso”.
Dvorák era realmente modesto acerca de sua obra. Muito embora seus críticos não tivessem dificuldades em sublinhar numerosos exemplos de apressada escrita e idéias musicais ingênuas na maioria de suas composições, sua carência de modéstia era em si mesma o resultado inevitável dum instinto genuinamente rústico, temperamento lutando pelo sucesso no mundo sofisticado da musica séria.
Seis anos decorrera desde que Dvorák compusera sua previa Sinfonia, publicada sob “Nº 1”. A numeração verdadeira de suas Sinfonias durante muito tempo constituiu fonte de confusão, pela qual o compositor deveria responsabilizar-se. A segunda a ser publicada foi a em ré menor, op. 70, cujo manuscrito acrescenta maior balbúrdia, inscrevendo na primeira pagina o título “Sexta Sinfonia”. Era certamente a Sétima que escreveu, conforme ficou estabelecido sem discrepância.
A evolução inspiracional, bem como a maestria que a Sinfonia demonstra, em comparação com as seis anteriores, constitui um milagre do progresso criador, em qual somente poderá explicar-se em termos de gênio, jamais em termos exclusivamente lógicos. Por todos os títulos trata-se duma grande e autentica Sinfonia; e a circunstância de dispor-se de Dvorák, a escrever uma obra “que deverá como tal abalar o mundo” é mais um sinal de sinceridade apaixonada do que uma supergrandiosa ambição.
Por algum tempo, Dvorák estava super ancioso em começar uma nova obra sinfônica, como resultado da Terceira Sinfonia de Brahms, então recentemente composta. O próprio Brahms tornara-se o mais recente campeão de Dvorák, como também seu mais severo crítico, em constantes reproches de seus descuidos, mais encorajando-o com valiosos conselhos e generosa assistência. O convite da Sociedade Filarmônica de Londres outorgou a Dvorák o impulso final para a nova obra, concluída num lapso de tempo pouco mais de três meses.
A em ré menor é porventura a menos extrovertida de todas as sinfonias. A riqueza melódica da partitura compensa momentos de fraqueza, que tanto afetam as composições anteriores. O profundo sentido de tragédia intima e força, que caracteriza os quatro movimentos, acha-se manipulado com uma habilidade dramática que torna os momentos culminantes, ao mesmo tempo inevitáveis e poderosos. O encanto genial e o humor característico da 8ª. E 9ª. Sinfonias, aqui aparecem apenas fugazmente.
0 1º movimento é um arco magnífico de compacto pensamento sinfônico. Entre o inico inquieto e sussurrado e os compassos finais, calmos e descansados, ocorre uma tempestade ameaçadora e passional de imenso, inflexível poder. Os temas são largos, diretos, fervidos; poucos os instantes de repouso. Mesmo estes acompanham geralmente por uma inquietação nas cordas graves que jamais permite relaxamento de tensão abaixo da superfície, até os compassos finais, todas as paixões subjugadas, preparando-se o caminho para a majestosa glória do 2º movimento.
O segundo é o mais longo movimento da obra, mesmo após encurtá-lo de um quarto, depois da estréia. É um dos mais perfeitos exemplos da habilidade de Dvorák., inscrevendo uma sucessão de melodias igualmente belas e inspiradas, entrelaças numa estrutura formal, que se torna por si mesma irrelevante, em virtude do inabalável apelo emocional da própria musica. O solo de trompa oferece um dos grandes momentos de extasiada exaltação; e o clímax final contem um senso de relevo magnificamente atacado, realizado e concluído, extinguindo-se suave, graciosamente, numa paz absoluta. Há tanta beleza neste movimento que apenas conjeturamos se haveria ainda mais, quando apresentado em sua forma original.
O significado universal dos primeiros dois movimentos combina-se idealmente com o caráter essencialmente nacional do SCHERZO. Enquanto nas duas ultimas Sinfonias, a influencia boêmia espalhou-se liberalmente em todos os movimentos, nesta veio a concentrar-se nos derradeiros dois movimentos, predominantemente no SCHERZO. O Trio idílico e pastoral, contrasta fortemente com o vigor e tensão do Scherzo. Contem no começo uma dessas passagens longas, sinuosas, emocionalmente belas, que se incluem entre as mais importantes contribuições de Dvorák a literatura sinfônica.
Os cordiais compassos iniciais do FINALE ainda mantêm o clima trágico predominante – uma ambiência somente aliviada pelo aparecimento do segundo motivo, na dominante maior. Tocada primeiro nos violoncelos, com uma ornamentação rendada a cargo dos violinos, é uma linda larga, calorosa, confidente, que rivaliza com outras idéias mais violentas, enquanto o movimento prossegue. Ao aproximar-se o epílogo, clímax segue clímax numa sucessão de ondas, coroada por uma vaga final (molto maestoso), quando toda a fúria reprimida é magicamente dispersa por modulação brilhante, porem breve, para a subdominante, antes dos acordes finais, que triunfalmente terminam a maior de todas as sinfonias de Dvorák.
Ray Minshull
Trad. Dr José da Veiga Oliveira
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