LP - VILLA LOBOS - CONCURSO
INTERNACIONAL DE REGENCIA 1975
tapecar gravações s.a.
MEC/DAC/MVL 014
Orquestra sinfônica e Corpo Coral
Do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Santiago Guerra, preparador do Coral
DESCOBRIMENTO DO BRASIL (Oratória)
(4º suíte)- 26:55 min
Procissão da Cruz
Primeira Missa no Brasil
MICHEL ROCHAT PREMIO VILLA-LOBOS
NONETO (Impressão rápida do Brasil)- 14:15 min
INTERNACIONAL DE REGENCIA 1975
tapecar gravações s.a.
MEC/DAC/MVL 014
Orquestra sinfônica e Corpo Coral
Do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Santiago Guerra, preparador do Coral
DESCOBRIMENTO DO BRASIL (Oratória)
(4º suíte)- 26:55 min
Procissão da Cruz
Primeira Missa no Brasil
MICHEL ROCHAT PREMIO VILLA-LOBOS
NONETO (Impressão rápida do Brasil)- 14:15 min
Lenir Siqueira, flauta
Kleber Veiga, oboé
José Botelho, Clarinete
Noel Devos, fagote
Paulo Moura, saxofone alto
Maria Celia Machado, harpa
Murilo Santos, piano
Genzon Martinelli, celesta
Jose Carlos das Neves, Hugo Tagnin, Emilio Augusto Gama, Edagar Nunes Rocca e Jose de Aguiar Ribeiro, percussão
ROBERTO RICARDO DUARTE
PREMIO KOUSSEVITZKY
CHOROS Nº 10 11:10 min
VLADIMIR VERBITSKY
PREMIO EDOARDO DE GUARNIERI
Promoção Cultural do Museo Villa- Lobos MEC/DAC/PAC
Gravação ao vivo- FESTIVAL VILLA-LOBOS 1975
Sala Cecília Meireles do Rio de Janeiro
CONCURSO INTERNACIONAL DE REGÊNCIA
Adhemar Nóbrega
O presente disco é mais um fruto da atuação do Museu Villa Lobos, saldo positivo do Concurso Internacional de Regência levado a efeito em novembro último, no quadro das celebrações do Festival Villa Lobos 1975.
Esse Festival, alem do evento acima aludido, abrigou ciclos de conferencias e audições comentadas e um Curso de Interpretação da Obra Camerística do compositor, incluindo ainda a realização de concertos. Seu aspecto culminante, entretanto, foi o Concurso Internacional de Regência, cujas provas, acompanhadas com interesse excepcional por um público que lotou a Sala Cecília Meireles, permitiram verificar, mais uma vez, a perenidade e ressonância da obra de Villa Lobos na sensibilidade do meio musical.
O verdito do Júri projetou três regentes que ostentaram de maneira inequívoca seus méritos musicais e artísticos, assim como pôs em evidencia três obras culminantes de Villa Lobos: a 4º Suíte do DESCOBRIMENTO DO BRASIL, o NONETO e o CHOROS nº 10.
Há 38 anos, a 6 de dezembro de 1937, estreou no Palácio Teatro do Rio de Janeiro o filme DESCOBRIMENTO DO BRASIL, dirigido pelo pioneiro Humberto Mauro, com musicas de Villa Lobos. A partitura, depois remanejada deu origem a quatro suítes que, inspiradas na carta de Pero Vaz de Caminha, comentam os sucessos da histórica viagem, lançando mão de melodias portuguesas, melismas de lamentos mouriscos, ritmo de Espanha e, obviamente, numerosos temas brasileiros alguns de caráter deliberadamente primitivo em resumo, um panorama das raízes da nossa música.
Os últimos episódios da viagem narrado pela carta constituem o assunto da 4º suíte desdobrada em dois quadros: PROCISSÃO DA CRUZ e PRIMEIRA MISSA NO BRASIL, para orquestra e coro misto.
A Procissão da Cruz começa por longa introdução orquestral precedendo as primeiras intervenções das vozes masculinas: Crux! Crux! Crux! A que se vem juntar motivos melódicos articulados com vocábulos indígenas por todo o coro. A envolvente mensagem de um motete, “Creador alma siderum”, interpõe-se no texto precedendo as linhas gregorianas de um “Pater Noster” lançado pelas vozes masculinas.
Um longo solo de tenor, em vocalise, com o feitio melódico das Bachianas Brasileiras, dá inicio a PRIMEIRA MISSA, que continua com um fragmento do Credo um solo de barítono, trechos alheios a liturgia da missa.
Vem então, o momento culminante, o lance de mestre da 4º suíte e de todo o Descobrimento do Brasil: o compositor alia, em solução genial, as graves inflexões de um “Kyrie” gregoriano aos curtos e incisivos desenhos com que as vozes femininas articulam sílabas onomatopéicas.
O NONETO (1923), contando mais de meio século, é a obra mais rêmora dentre as que encerra este disco e, ao mesmo tempo, a que mais conserva o sabor original da novidade.
Destinado a flauta, oboé, clarinete, saxofone alto, fagote, celesta, harpa, piano, bateria, e coro misto (na verdade um dixtuor bastante completo), traz na partitura o aposto de “Impresão rápida de todo o Brasil) e a idéia de concisão implícita nessa indicação parece ter norteado o compositor na elaboração da obra. O Noneto NUTRE-SE de células melódicas e principalmente rítmicas, da musica brasileira, trabalhadas num tecido esgarçado e sumario, situado a léguas do sumarento e capitoso Villa Lobos dos Choros monumentais, das Bachianas e das Serestas. Boa porção da obra não se prende ao conceito tradicional de desenvolvimento, prevalecendo nela o critério de adjunção constante de novas idéias, procedimento em voga, aí pelos anos vinte, na Europa.
Ressumante de absoluta novidade na época, pelo sabor dos achados, o colorido dos timbres, a rítmica incisiva e o sabor acre das sonoridades, o cinqüentenário NONETO ainda nos causa impacto emocional, virtude que é apanágio das obras contemporânea da posteridade. É dedicado a D. Olívia Guedes Penteado sua grande benfeitora.
Composto em 1926, o CHOROS nº 10, é, sem duvida, a vedete do ciclo, ocupando na produção do autor uma posição de eminência. E há motivos para tal notoriedade: a ambientação adequada, a concisão e o caráter impressivo dos temas: a gradação bem dosada dos efeitos de orquestração que trazem o pressagio de algo mais sugestivo que está para vir; a rítmica aliciadora, irresistível; a entrada do coro, articulando silabas de certeiro efeito tìmbrico e, como trunfo magistral, a envolvente melodia da “schottisch” Yara, de Anacleto de Medeiros, tratada a maneira de modinha e imprimindo ao conjunto o selo definitivo da obra prima da musica brasileira.
Após a meticulosa preparação, baseada em tema cromático descendente que é a transfiguração da melodia de ENA MOKOCÉ MAKÁ, o fagote prefigura a entrada das vozes e, logo depois, eis que o coro empresta a partitura sua marca inconfundível, com a silabação de caráter puramente tímbrico. Sobre este pano de fundo ondulante e agitado, de arrebatadora pulsação, alça seu vôo a melodia de amplos desenhos da modinha em que se transformou a peça de Anacleto Medeiros, e nesse terreno Villa Lobos é mestre consumado.
Um virtuosístico solo de trompete diversifica o ambiente que depois retoma sua feição anterior, mais eloqüente, e o CHOROS nº 10 termina em clima de exaltado lirismo.
Os regentes Premiados imprimiram um selo de autoridade as versões das obras aqui contidas. Michel Rochat, da Suíça, vencedor do Concurso, é professor e diretor do Conservatório de Lausanne e regente titualr da Orchestre de Sion.
Roberto Ricardo Duarte, nosso homem no Concurso do qual conquistou o 2º lugar, diplomado e pos graduado em regência e composição pela Escola de Musica da UFRJ, ex aluno de Francisco Mignone, Eleazar de Carvalho, e Charles Groves, assistente da cadeira de Regência da Escola de Musica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, regente do Coral da P.U.C. do Rio de Janeiro e regente da Orquestra e do Coral de Câmera de Niterói.
Vladimir Verbitsky, o candidato russo que polarizou as preferências do publico 3º colocado, diplomado em regência coral pelo Conservatório de Leningrado, é professor CATEDRATICO de regência coral do Instituto de Cultura da mesma cidade, regente da opera do Conservatório de Leningrado e titular da Orquestra Filarmônica de Verenezh.
Adhemar Nóbrega
O presente disco é mais um fruto da atuação do Museu Villa Lobos, saldo positivo do Concurso Internacional de Regência levado a efeito em novembro último, no quadro das celebrações do Festival Villa Lobos 1975.
Esse Festival, alem do evento acima aludido, abrigou ciclos de conferencias e audições comentadas e um Curso de Interpretação da Obra Camerística do compositor, incluindo ainda a realização de concertos. Seu aspecto culminante, entretanto, foi o Concurso Internacional de Regência, cujas provas, acompanhadas com interesse excepcional por um público que lotou a Sala Cecília Meireles, permitiram verificar, mais uma vez, a perenidade e ressonância da obra de Villa Lobos na sensibilidade do meio musical.
O verdito do Júri projetou três regentes que ostentaram de maneira inequívoca seus méritos musicais e artísticos, assim como pôs em evidencia três obras culminantes de Villa Lobos: a 4º Suíte do DESCOBRIMENTO DO BRASIL, o NONETO e o CHOROS nº 10.
Há 38 anos, a 6 de dezembro de 1937, estreou no Palácio Teatro do Rio de Janeiro o filme DESCOBRIMENTO DO BRASIL, dirigido pelo pioneiro Humberto Mauro, com musicas de Villa Lobos. A partitura, depois remanejada deu origem a quatro suítes que, inspiradas na carta de Pero Vaz de Caminha, comentam os sucessos da histórica viagem, lançando mão de melodias portuguesas, melismas de lamentos mouriscos, ritmo de Espanha e, obviamente, numerosos temas brasileiros alguns de caráter deliberadamente primitivo em resumo, um panorama das raízes da nossa música.
Os últimos episódios da viagem narrado pela carta constituem o assunto da 4º suíte desdobrada em dois quadros: PROCISSÃO DA CRUZ e PRIMEIRA MISSA NO BRASIL, para orquestra e coro misto.
A Procissão da Cruz começa por longa introdução orquestral precedendo as primeiras intervenções das vozes masculinas: Crux! Crux! Crux! A que se vem juntar motivos melódicos articulados com vocábulos indígenas por todo o coro. A envolvente mensagem de um motete, “Creador alma siderum”, interpõe-se no texto precedendo as linhas gregorianas de um “Pater Noster” lançado pelas vozes masculinas.
Um longo solo de tenor, em vocalise, com o feitio melódico das Bachianas Brasileiras, dá inicio a PRIMEIRA MISSA, que continua com um fragmento do Credo um solo de barítono, trechos alheios a liturgia da missa.
Vem então, o momento culminante, o lance de mestre da 4º suíte e de todo o Descobrimento do Brasil: o compositor alia, em solução genial, as graves inflexões de um “Kyrie” gregoriano aos curtos e incisivos desenhos com que as vozes femininas articulam sílabas onomatopéicas.
O NONETO (1923), contando mais de meio século, é a obra mais rêmora dentre as que encerra este disco e, ao mesmo tempo, a que mais conserva o sabor original da novidade.
Destinado a flauta, oboé, clarinete, saxofone alto, fagote, celesta, harpa, piano, bateria, e coro misto (na verdade um dixtuor bastante completo), traz na partitura o aposto de “Impresão rápida de todo o Brasil) e a idéia de concisão implícita nessa indicação parece ter norteado o compositor na elaboração da obra. O Noneto NUTRE-SE de células melódicas e principalmente rítmicas, da musica brasileira, trabalhadas num tecido esgarçado e sumario, situado a léguas do sumarento e capitoso Villa Lobos dos Choros monumentais, das Bachianas e das Serestas. Boa porção da obra não se prende ao conceito tradicional de desenvolvimento, prevalecendo nela o critério de adjunção constante de novas idéias, procedimento em voga, aí pelos anos vinte, na Europa.
Ressumante de absoluta novidade na época, pelo sabor dos achados, o colorido dos timbres, a rítmica incisiva e o sabor acre das sonoridades, o cinqüentenário NONETO ainda nos causa impacto emocional, virtude que é apanágio das obras contemporânea da posteridade. É dedicado a D. Olívia Guedes Penteado sua grande benfeitora.
Composto em 1926, o CHOROS nº 10, é, sem duvida, a vedete do ciclo, ocupando na produção do autor uma posição de eminência. E há motivos para tal notoriedade: a ambientação adequada, a concisão e o caráter impressivo dos temas: a gradação bem dosada dos efeitos de orquestração que trazem o pressagio de algo mais sugestivo que está para vir; a rítmica aliciadora, irresistível; a entrada do coro, articulando silabas de certeiro efeito tìmbrico e, como trunfo magistral, a envolvente melodia da “schottisch” Yara, de Anacleto de Medeiros, tratada a maneira de modinha e imprimindo ao conjunto o selo definitivo da obra prima da musica brasileira.
Após a meticulosa preparação, baseada em tema cromático descendente que é a transfiguração da melodia de ENA MOKOCÉ MAKÁ, o fagote prefigura a entrada das vozes e, logo depois, eis que o coro empresta a partitura sua marca inconfundível, com a silabação de caráter puramente tímbrico. Sobre este pano de fundo ondulante e agitado, de arrebatadora pulsação, alça seu vôo a melodia de amplos desenhos da modinha em que se transformou a peça de Anacleto Medeiros, e nesse terreno Villa Lobos é mestre consumado.
Um virtuosístico solo de trompete diversifica o ambiente que depois retoma sua feição anterior, mais eloqüente, e o CHOROS nº 10 termina em clima de exaltado lirismo.
Os regentes Premiados imprimiram um selo de autoridade as versões das obras aqui contidas. Michel Rochat, da Suíça, vencedor do Concurso, é professor e diretor do Conservatório de Lausanne e regente titualr da Orchestre de Sion.
Roberto Ricardo Duarte, nosso homem no Concurso do qual conquistou o 2º lugar, diplomado e pos graduado em regência e composição pela Escola de Musica da UFRJ, ex aluno de Francisco Mignone, Eleazar de Carvalho, e Charles Groves, assistente da cadeira de Regência da Escola de Musica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, regente do Coral da P.U.C. do Rio de Janeiro e regente da Orquestra e do Coral de Câmera de Niterói.
Vladimir Verbitsky, o candidato russo que polarizou as preferências do publico 3º colocado, diplomado em regência coral pelo Conservatório de Leningrado, é professor CATEDRATICO de regência coral do Instituto de Cultura da mesma cidade, regente da opera do Conservatório de Leningrado e titular da Orquestra Filarmônica de Verenezh.
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Um comentário:
Eu gostaria da letra completa da primeira missa do brasil da quarta suite do descobrimento do brasil de Villa Lobos. agradeceria muito pois é muito difícil encontrar material na internet. Agradeço desde já! meu e-mail inacionoisemaia@gmail.com
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