quinta-feira, 5 de junho de 2008

LP HA SEMPRE UM NOME DE MULHER 1987


LP HA SEMPRE UM NOME DE MULHER
DUPLO
1987
803520
Realização BANCO DO BRASIL


Não há como negar: a música popular plasmou, ao longo do tempo, em estereótipos em torno do que os poetas convencionaram chamar "o eterno feminino".
Assim, Amélia será sempre a "mulher de verdade". Emilia continuará lembrando aquela mulher que "sabe lavar e cozinhar". Carolina - não tenham dúvida - jamáis se aperceberá de que "o tempo passou na janela" . E enquanto Maria Rosa continuar sendo o "tipo acabado de mulher fatal", Maria Candelária será a "alta funcionaria" que subiu logo para a letra "O".
E assim por diante, até se chegar ao estágio maior que as eleva ao máximo denominador comum: a maternidade. Ou seja: Amélias e Emilias, Carolinas e Marias: Evas e Auroras, Madalenas e Conceições, todas serão sempre lembradas como grandes mulheres também por terem sido - ou podido ter sido - grandes mães.
Daí por que, ao decidir-se pelo patrocinio de um disco homenageando a mulher, o Banco do Brasil procurou elevar também a figura de mãe e estender um elo de proteção ao filho. Como? Simplesmente, destinando todo dinheiro arrecadado com a venda deste disco à meritória Campanha deflagrada pela Legião Brasileira de Assistencia, no sentido de se montar um banco de coleta de leite materno, para distribuiçao entre crianças carentes, privada do mais fundamental dos alimentos, logo no inicio de suas vidas.
Sabe-se hoje, que 60% dos casos de mortalidade infantil nos primeiros doze meses de vida podem ser evitados com a provisão adequada de leite materno.
O Banco do Brasil deseja, portanto, sensibilizar a opinião pública brasileira para essa campanha. E o faz com alegria, vendendo a alegria do que há de mais belo em nosso cancioneiro popular.
A todos os artistas que colaboraram neste disco, o nosso profundo agradecimento.
A você que, comprando este disco, ajudou também na doação de leite as crianças brasileiras, a nossa gratidão.
E se é verdade que "mais que nunca é preciso cantar", cantemos em uníssono, alegrando corações e mentes, fortalecendo a solidariedade entre os homens.
Camilo Calazans de Magalhães
Presidente do Banco do Brasil

UMA BREVE CONSIDERAÇÃO INICIAL
Idéias nobres que ainda existem, se bem que não sejam lá produto muito habitual. Agora, a concretização de idéias nobres é, isso sim, produto muitíssimo raro.
Ora, a idéia inicial do Banco do Brasil de produzir um álbum fonográfico com o tema Mulher já era interessante. E passou a ser imbatível quando se vitalizou com o corpo de uma campanha pública tão necessaria e urgente quanto a do Aleitamento Materno, coordenada pela Legião Brasileira de Assistência através do Pronave.
Aí então surgiu esse dado novo e mágico, sedutor e quase encantatório: a mulher mítica - como tema da canção polular de sempre - a serviço da mulher real - a dura e sofrida mãe carente que precisa de leite materno para não deixar morrer mais um brasileiro desamparado.

O PIONERISMO E A ORIGINALIDADE DO ALBUM
Quero crer - como crítico e historiador - que nunca se produziu em elepê um levantamento básicos de canções que abordem a mulher e que estejam enfeixadas em temas específicos. A pesquisa inicial reuniu para mais de 500 músicas com nome de mulher ou que ostentassem a palavra mulher como elemento literário definidor da canção.
Mulher é sempre difícil de selecionar, até porque mulher-canção cada um tem a sua dentro do coração, ou dentro da garganta.
Alinhei-as todas em grupos de cinqüenta e - de eliminação em eliminação - restaram quase cindo dúzias. E não apenas as melhores: mas também aquelas que se deixassem abrigar nos temas específicos pré-recolhidos. Para que se tenha uma avaliação mais exata das aflições sentimentais e dúvidas críticas a que me submeti, apenas um exemplo, por si só sufocante: a necessariamente única canção de abertura "Mulher" de Custódio Mesquita e Sady Cabral ficou empatada com "Um nome de Mulher" de Tom e Vinicius. Já se vê uma cruel dúvida inicial que abriu um rosário de tantas outras: em especial o expurgo de pelo menos 20 mulheres, que amo, por absoluta falta de espaço.

OS BLOCOS DO ALBUM
O álbum se divide nos seguintes blocos:
ABERTURA: Uma saudação genérica e apaixonada a mulher de sempre. O fox-canção de Custódia Mesquita e Sady é bem o perfil do suspiro mais eloqüente do poeta do povo. É antecedido por uma breve citação lítero-musical ao nome do álbum, pinçado (por pura intuição) da adaptação de um verso de Paschoal Carlos Magno, para a canção "Pierrô" de Joubert de Carvalho, e que se refere a "há sempre um vulto de mulher...sorrindo".

MULHERES MUSAS:
Aqueles nomes que inspiraram aos poetas do povo as suas maiores paixões. E vão desde a mais marmórea das Marias - a de Ary Barroso e Luiz Peixoto "cujo nome principia na palma da minha mão" até a morenice baiana de Caymmi (Marina e Rosa Morena), passando por musas evocativas dos tempos seresteiros (decadas de 30 e 40: Nanci e Maria Betânia) até os tempos mais contemporâneos ( gente saborosa como Lígia e Luiza, criadas pelo gênio de Tom Jobim).

DUAS MULHERES DOIS SONHOS:
Os nomes de Etelvina (acertei no milhar) e Ana Maria (por quem sonha Ana Maria) se interligam por um único e solitário elo - o elo do sonho. Com a evocação de Etelvina, o sábio bardo popular descreve em samba de breque um sonho concreto e aproveita para - uma vez mais - refletir as duras realidades a que se submete o brasileiro médio, em especial o operário. Já com Ana Maria, o sonho voa para o irreal, para uma declaração de amor onírico: é uma modinha do melhor estilo dp multicentenário gênero musical de origem ibero-portuguesa.

MULHERES CANTORAS MULHERES DO POVAO:
uma direta homenagem a algumas mulheres que - com arte do canto - fizeram o povo brasileiro mais feliz e mais enriquecido de beleza.
Aí estão nossas divas populares sintetizadas em Clara Nunes, Elis Regina, Dalva de Oliveira, Beth Carvalho, Clementina de Jesus, tal como foram homenageadas por João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro / Mauricio Tapajos, Martinho da Vila e Paulinho da Viola / Elton Medeiros.

MULHERES IMPORTADAS DAS AMERICAS:
Dois nomes de mulher latina que significam dois tempos: a época da exportação em massa co colorido conjunto rítmico melódico do México e do Caribe - e aí esta a infável Maria Helena. No segundo tempo uma musa contemporánea desse grande artista que é Pablo Milanés, uma mulher sonhada pela Cuba de Pablito e escrita pelo Brasil de Chico Buarque - é a Yolanda, com sua ardêrcia de paixão, intuindo um grito guerreiro na contundência de seu refrão. E finalmente a Anamaria do Biquini Amarelinho, um marco ingênuo da pré-histótia do iê-iê-iê com toda sua carga de imposição de modismos musicais e de padrões comportamentais.

MULHERES DO SERTÃO:
Das agruras do Nordeste polirrítmico e telúrico elegemos dois nomes - a ingênua Xandúsinha de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e a pungente Rosinha de Propriá (também de Gonzaga, com Guio de Morais) musa que é o ponto referencial da nostalgia do retirante do Nordeste.

MULHERES DOS FESTIVAIS DE MUSICA:
A parti de 1965 os festivais de música popular registraram uma das fases mais marcantes da MPB. Foram quase cinco anos de uma febre musical que varreu o país. E que içou também para o estrelato da musas da canção alguns nomes: Uns inesquecíveis como Carolina de Chico Buarque ou como Luciana de "Cantiga por Luciana" que ganhou o cobiçado Festival Internacional da Canção Popular do Rio de Janeiro.

MULHERES DA SUBMISSAO:
A canção popular é certamente refletidora da estrutura sócio-cultural da gente brasileira.
E quando as mulheres de hoje reivindicam os seus justos direitos, terão elas todas as suas razões ao analisar o comportamento machista do homem, típico e atípico, através dos tempos. Esse bloco - que à falta de melhor título ficou sendo mulheres da submissão - pretende refletir o como as mulheres foram minimizadas em seus direitos básicos através de exemplos clássicos da canção, como Amélia, Emilia ou ainda a Mulher de Malandro. Submissas, mas tragicamente encantadoras em seu tempo.

MULHERES DA BOEMIA:
O compositor popular sempre cultivou a boemia: Desde o pioneiro poeta seiscentista Gregório de Mattos e Guerra ( o Boca do Inferno) até Noel Rosa, Wilson Batista ou Lupicinio Rodrigues, o poeta do povo cantou as namoradas dos bares, das ruas, das esquinas da vida. Nomes como Conceição e Maria Rosa representam a fina flor da chamada "dama de cabaré".

MULHERES TEMAS DAS ESCOLAS DE SAMBA:
Poucas mulheres - é verdade - mereceram essa consagração, ou seja, transfiguraran-se em temas de samba-enredo das escolas de samba.
Vultos histórico-folclóricos como Dona Beija, Ana Nery, Chica da Silva, Carmen Miranda, Eneida e algumas outras foram revisitadas pelos sambistas através dessa espantosa ópera popular que é o desfile da escola na avenida.
Escolhemos - pela extrema qualidade do padrão "samba-enredo" - dois momentos da celebração da mulher - a astuta Chica da Silva das Minas Gerais e Carmen Miranda, cuja arte colorida encantou o mundo nas décadas de 40 e 50.

MULHERES DOS CARNAVAIS
No tempo mágico do carnaval, mais que nunca o tema mulher é uma constante. O folião sempre abria os pulmões para proclamar as mulheres. As auroras, as helenas e madalenas embriagaram multidões no calor dos blocos de rua e dos bailes. A explosão do canto coletivo do povo - tal como exercitado nos dias de carnaval - resume certamente a consagração da mulher vária e multipla, boa e má, feia ou bonita.

ANGELA MARIA
Um dos mais sólido fenônemos da história da MPB, Angela Maria é amada por varias gerações, sendo hoje a cantora que detém o maior número de elepês gravados: sinal evidente de sua voz privilegiada continua encantando este país, nestes últimos 35 anos, sem qualquer interrupção, Angela gravou aqui dois inéditos em sua carreira: um velho samba criado por Dircinha Baptista e o clássico Mulher de Malandro, do mestre Heitor dos Prazeres.

BEBEL GILBERTO
"Filha de peixe peixinho é" - frase que Bebel já deve estar cansada de ouvir não é contudo menos monicórdica para a filha de João Gilberto e Miúcha.
Só que Bebel - é claro - não dorme sobre os louros paternos. Vai a luta e já esta com tudo em cima: a meu ver, será certamente uma das melhores cantoras de sua geração. Sua musicalidade e afinação são pra valer, bem como sua apetência para o palco e seu sentido profissional.

BETH CARVALHO
A única cantora que participa do álbum interpretando uma música dedicada a ela mesma - A nossa valente Beth - a enamorada do sambão - é certamente tudo aquilo que Martinho da Vila dela fala. E junto com Beth, passam a ter hora e vez e voz os humildes (e geniais) compositores dos morros, dos suburbios e das biroscas do Rio.

BRAGUINHA
O João de Barro é o simbolo vivo de toda a época de ouro da MPB e da história do carnaval brasileiro. O privilégio de tê-lo nos estudios, para cantar sua marcha Anda, Luzia, foi por tudo emocionante, a começar pela frajolice imbativel dos seus oitenta anos, recém-comemorados por todo o país.

CARLOS JOSE
A seresta e seus menestréis povoaram as ruas e seus corações brasileiros desde sempre.
Um povo mestiço como o nosso teria necessariamente uma funda e definidora estrutura romantica. Carlos Jose - surgido no bojo da bossa-nova em 1957/58 - será hoje um dos mais incansáveis cultores do velho gênero musical seresteiro. Carlos detém uma singularidade que o consagra: emite sua voz com rara simplicidade e competência.
Nada de grandiloqüências, nada de dós-de-peito: finalmente um seresteiro ajustado a seu tempo.
CAUBY PEIXOTO
Integrante de sólida familia de músicos e cantores, Cauby Peixoto foi um astro emergente do começo da década de 50, quando comovia multidões e era visto como singular fenômeno das massas.
A beleza da emissão de sua voz nunca foi objeto de qualquer discussão. A meu ver, Cauby Peixoto continua sendo uma das mais belas vozes que a canção popular já revelou nestes últimos 35 anos. Da década de 50 para cá, Cauby continua imbativel: como os bons vinhos, mais o tempo passa, melhor fica.

FAGNER
A força vital da música do nordeste é o molho característico da arte desse cearense de boa cepa - Fagner - campeão do disco e dono de grande publico - fez questão de participar do álbum com a recriação de uma música de sua fonte inspiradora: a sempre abismal figura do nosso Luiz Gonzaga.

GILBERTO MILFONT
Típico cantor da era do rádio, Milfont sempre espantou pelo contraste pessoa voz: altura pequena, garganta enorme.
Gilberto Milfont é capaz de trafegar com desenvoltura de uma valsa-canção a um samba de carnaval. As escassas aparições de Milfont são bem o atestado da cruel ditadura imposta pela chamada "máquina do lazer", que tem o mal gosto de arquivar gente inarquivável, de impor exílio aos artista de sempre.

DONA IVONE LARA
Essa rainha - pelo porte, pela dignidade, pela dimensão humana - é a fundadora da ala de compositores da Imperio Serrano e parceira de gente da estirpe de Silas de Oliveira e Mano Decio da Viola. Ivone tem o atestado público da reverência que todos lhe tributamos com o seu próprio nome artístico: DONA Ivone Lara.

JOAO NOGUEIRA
Na linhagem dos sambistas urbanos cariocas, o João é bem o herdeiro de gênios do canto do povo como Luis Barbosa, Moreira da Silva ou Cyro Monteiro, João - com sua voz macia e grave - e toda bossa e ritmo, verdade e, sobretudo, carioquismo. Sua única gravação da Guerreira é uma preciosidade discográfica.

LUCIO ALVES
Se Orlando Silva foi o cantor das multidões, Lucio foi o das "multidinhas": era essa uma brincadeira muito usual, nas décadas de 50 e 60, para qualificar a capacidade de Lucio cantar em boates. Seu belo e grave registro, sua apetência para a vida boemia, sua predileção pessoal pela noite, fez dele um dos intérpretes preferidos dos boemios, dos intelectuais e da gente notívaga.

MARIA BETHANIA
Diva da cabeça aos pés, Bethania me lembra a música de Capiba que lhe deu nome e que ela gravou pela primera vez sozinha para este álbum: é a própria senhora do engenho, ou se não for, pelo menos a senhora da canção. Emocionada, Bethania me contou, minutos antes de imortalizar a canção, que foi seu mano Caetano (tinha 4 anos de idade) quem exigiu dos pais o nome para a irmã que tinha nascido e a quem estava destinado um bizarro Merigueslaina uma bailarina de circo namorada de seu irmão Rodrigo Antonio)

CHICO BUARQUE
Desde que Rubem Braga - citado por Millôr Fernandes - cunhou em 1968 a frase "Chico Buarque é a única unanimidade nacional", ninguém mais foi capaz de assumir tal prodígio, Chico continua - graças aos céus - o mesmo de sempre.
Depois de regravar (há 20 não o fazia) sua deslumbrante Carolina, Chico foi solicitado a passar recibo em seu cachê.
Tomado de espanto, me disparou a frase consagratória desse LP: "É, mas eu quero te dizer que não vim aqui pelo cachê não. Vim por tudo que isso representa"

DANILO CAYMMI
Entre a irmã Nana, e o pai Dorival e o irmão Dori, eis que se cristaliza o talento do cantor do também flautista e compositor Danilo Caymmi, o caçula cumpriu até pouco tempo uma discreta carreira de músico - compositor agora - depois do LP comemorativo dos 60 anos de Tom Jobim (1987) - Danilo se revela como um dos melhores cantores de sua geração. Sua criação para Doralice é uma surpresa em frescor e originalidade.

ELBA RAMALHO
Elba Ramalho foi para nós - produtores do álbum - um símbolo vivo tanto da mulher quanto da Campanha do Aleitamento Materno: estava prestes a ser mãe. Seu sucesso junto aos veículos de comunicação não é a toa.
Elba chegou ao estúdio para gravar Madalena e Izaura, músicas que ela sequer cantava antes. E literalmente arrasou: afinadíssima, fez repetir a gravação inumeras vezes, buscando a perfeição de nota a nota, de compasso a compasso.

ELIZETH CARDOSO
Divina é divina e ponto final.
Desde os Lps que lancei em 1968 com Elizeth / Jacob do Bandolim / Zimbo Trio para o nosso Museu da Imagem e do Som, sempre considerei Elizeth uma das mais completas intérpretes de seu tempo, a parte lançadora formal da bossa nova (LP Canção do Amor Demais 1957) Elizeth incorpora a seu extenso repertório uma das jóias da dor de cotovelo: o samba Maria Rosa.

EMILINHA BORBA
Emilinha foi certamente a cantora brasileira que deteve o maior indice de popularidade em determinado momento.
Até hoje seus fãs continuam fieis ao mito. Quando dirigi e escrevi seu último "show" (ao lado de João Roberto Kelly) para a Série Carnavalesca da FUNARTE, me espantava a cada récita com o delirio e a constancia do superatuante (e espontaneo, acreditem) fã-club da nossa incansável "Favorita da Marinha".

EMILIO SANTIAGO
A velha história de que "crooner" é cantor pra toda ocasião é verdade: se samba não se aprende na escola, cantor tem sua escola no exercício cotidiano, no esforço de atender a pedidos, na intimidade dos músicos. Emilio com seu balanço irresistível e sua voz perfeita, é um cantor que transcende a intimidade do "crooner" ("to croon" - sussurar) para alçar-se à elasticidade de grande cantor, que vai desde o formalismo de Por quem sonha Ana Maria à descontração e bossa de A Rita.

MARISA GATA MANSA
É voz comum dizer-se das injustiças que os países de memória curta (porque invadidos culturalmente) impôem a alguns de seus artistas mais refinados. Marisa - aparecida no surto do samba - canção da década de 50 - já sofreu muito preconceito ao longo desses mais de trinta anos de estrada. Lembro-me que certa vez indiquei seu nome para participar de um show de televisão que escrevi em comemoração a carreira de Dolores Duran. A resposta do responsável pelo elenco até hoje me horroriza: "Mas ela não da visual..." Não importa: a beleza de tudo que vem da Gata Mansa permitiu um dos pontos altos deste LP, sua criação para Teresinha, do Chico Buarque.

MARLENE
Rainha dos auditórios, atriz de recursos, a Victoria Bonaiute (seu nome) - é a própria vitoria dessa Marlene total. No álbum Marlene e Emilinha cantam juntas três marchas, oferecendo ao discófilo um dos mais raros momentos do fonograma no Brasil: afinal a decantada rivalidade (celebrada apenas pelos fãs de ambas) já perdura há mais de trinta e cinco anos.

MARTINHO DA VILA
Cantor e compositor que absorve as mais fundas vísceras do povo, o da Vila reflete um exemplo raro de artista que se impõe apenas porque sua arte é a própria cara do povo refletida no espelho.
Martinho - ilustre compositor de Vila Isabel - grava pela primera vez uma obra prima de outro gênio nascido e falecido na mesma Vila, e que é Noel Rosa.
É também inédito seu registro com Beth Carvalho em Enamorada do Sambão.

MIUCHA
Vivendo e testemunhando momentos históricos, Miúcha construiu uma carreira salpicada de pontos-altos: gravou com João Gilberto e Stan Getz em célebre fonogramas realizados nos EUA; participou com Tom, Chico e Toquinho de célebre espetáculo no Canecão: foi estrela do "show" "Yes, viva Braguinha", que encantou o país e no qual participava ao lado do próprio Braguinha. E muito mais fez e fará a minha doce e adorável Miúcha.

NANA CAYMMI
Quem é filha de Dorival e Estella Maris, muito dificilmente deixaria de ser o que Nana é. Ou seja: totalmente demais.
A voz de Nana é tão fantástica que é daquelas que dá vontade de morder e depois comer, regada a finos vinhos. Nana é intérprete visceral, na tradição feiticeira de Billie Holliday ou Anita O'Day, fazendo de sua voz um raro instrumento, cálido e intempestivo.

NELSON GONÇALVES
Na esteira dos cantores na dimensão de Chico Alves, Silvio Caldas, Orlando Silva e Carlos Galhardo, a década de 40 trouxe ao Brasil a voz de Nelson Gonçalves. São já quatro decênios de sucesso contínuo, com saldo de mais de uma centena de elepês. Nelson recriou seu antigo sucesso dos anos 50, a Dolores Sierra, gravou de uma vez só e acabou sendo aplaudido de pé pelos músicos ( a mais exigente e fría platéia que alguém pode imaginar).

DISCO 1
ABERTURA
Citação de Pierrôt (Joubert de Carvalho / Paschoal Carlos Magno)
MULHER (Custódio Mesquita / Sady Cabral)
GAUBY PEIXOTO
MULHERES MUSAS (Anos 30 a 80)
MARIA (Ary Barroso / Luiz Peixoto) TITO MADI
LIGIA (Tom Jobim) LUCIO ALVES
MARINA (Dorival Caymmi) NANA CAYMMI
MARIA BETHANIA (Capiba) MARIA BETHANIA
NANCI (Bruno Arelli / Luiz Lacerda) CAUBY PEIXOTO
ROSA MORENA (Dorival Caymmi) NANA CAYMMI
LAURA (Alcyr Pires Vermelho / João de Barro) CARLOS JOSE
JOU JOU BALANGANDANS (Lamartine Barro) MIUCHA E BEBEL
LUIZA (Tom Jobim) TOM JOBIM
DUAS MULHERES DOIS SONHOS
ANA MARIA (Por quem sonha Ana Maria - Juca Chaves) EMILIO SANTIAGO
FACE B
DUAS MULHERES DOIS SONHOS
ETELVINA (Acertei no milhar - Wilson Batista / Geraldo Pereira) JOÃO NOGUEIRA
MULHERES CANTORAS
CLEMENTINA DE JESUS (Clementina cadê você - Elton Medeiros) PAULINHO DA VIOLA
CLARA NUNES (Guerreira - Paulo C. Pinheiro / João Nogueira) JOAO NOGUEIRA
DALVA E ELIS (Voz Unida - Paulinho Tapajos / Paulo C Pinheiro) SONIA SANTOS
BETH CARVALHO (Enamorada do Sambão - Martinho da Vila) BETH CARVALHO e MARTINHO DA VILA
MULHERES IMPORTADAS DAS AMERICAS
MARIA HELENA (Lorenza Barcelata - Vers. Haroldo Barbosa) TITO MADI
YOLANDA (Pablo Milanés Vers. Chico Buarque) SONIA SANTOS
ANA MARIA (Biquini de Bolinha Amarelinho Pckriss / Vance Vers Hervê Cordovil) PREME
MULHERES DO SERTAO
ROSINHA (Propriá - Guio de Morais / Luiz Gonzaga) TOM DA BAHIA
XANDUSINHA (Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga) FAGNER
MULHERES DOS FESTIVAIS DA MUSICA
JULIANA (Antonio Adolfo / Tiberio Gaspar) MARISA GATA MANSA
DISCO II
MULHERES DOS FESTIVAIS DE MUSICA (cont)
LUCIANA (Cantiga por Luciana Paulinho Tapajos / Edmundo R. Souto) PERY RIBEIRO
HELENA (Helena, Helena, Helena - Alberto Land) LUCIO ALVES
CAROLINA (Chico Buarque) CHICO BUARQUE
MULHERES DA SUBMISSAO
TERESINHA (Chico Buarque) MARISA GATA MANSA
EMILIA (Wison Batista / Haroldo Lobo) PERY RIBEIRO
A MULHER QUE E MULHER (Armando Cavalcanti / Klecius Caldas) ANGELA MARIA
AMELIA (Ataufo Alves / Mario Lago) PERY RIBEIRO
MULHER DE MALANDRO (Heitor dos Prazeres) ANGELA E CAUBY
MULHERES DA BOEMIA
DOLORES SIERRA (Wilson Batista / Jorge de Castro) NELSON GONÇALVES
MARIA ROSA (Lupicinio Rodrigues / Alcides Gonçalves) ELIZETH CARDOSO
DAMA DO CABARE (Noel Rosa) MARTINHO DA VILA
MULHERES TEMA DAS ESCOLAS DE SAMBA
CHICA DA SILVA (Anescar / Noel Rosa de Oliveira) DONA IVONE LARA
CARMEM MIRANDA (Maneco / Wilson Diabo / Heitor) DONA IVONE LARA
MULHERES DOS CARNAVAIS
Hino do Carnaval Brasileiro (Lamartine Babo) CORAL
LUZIA (João de Barro) BRAGUINHA
FLORISBELA (Nássara / Frazão) GILBERT MILFONT
AURORA (Mario Lago / Roberto Roberti) VIOLETA CAVALCANTI
CHIQUITA BACANA (João de Barro / Alberto Ribeiro) EMILINHA BORBA
EVA (Haroldo Lobo / Milton de Oliveira) MARLENE e EMILINHA
MARIA ESCANDALOSA (Klecius Caldas / Armando Cavalcanti) EMILINHA e MARLENE
MARIA CANDELARIA (Klecius Caldas / Armando Cavalcanti) EMILINHA e MARLENE
ROSA MARIA (Anibal Silva / Eden Silva) ROBERTO SILVA
DOLORES (Marino Pinto / Alberto Ribeiro / Marques Jr) VIOLETA CAVALCANTE
ODETE (Dunga / Herivelto Martins) GILBERTO MILFONT
HELENA, HELENA (Antonio Almeida / Constantino Medeiros) ROBERTO SILVA
MADALENA (Ary Macedo / Ayrton Amorim) ELBA RAMALHO
IZAURA (Herivelto Martins / Roberto Roberti) ELBA RAMALHO
CRIAÇAO TEXTOS E DIREÇAO :
RICARDO CRAVO ALBIN
Mauricio Tapajos
Maetro Orlando Silveira..


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3 comentários:

Anônimo disse...

Tenho esse LP duplo!!!!!!!!!

Thyago

thyago-sousa@hotmail.com

Anônimo disse...

kd o link pra baixar karalho???

REVISTA MATCH - A Revista para Casamentos Modernos disse...

LP Há Sempre um Nome de Mulher / ÁLBUM COMPLETO

Link: https://www.youtube.com/watch?v=5eFVIKqQjXs