LP FRANCISCO MARIO DANÇA DO MAR
9926891
Poemas CAYMMI
Pinturas LOBIANCO
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Poemas CAYMMI
Pinturas LOBIANCO
Ficha Técnica
Lado A
Verão (1º Movimento)
Outono (2º Movimento)
Inverno (3º Movimento)
Lado B
Primavera (4º Movimento)
Calmaria (5º Movimento)
Amanhecer (6º Movimento)
Tempestade (7º Movimento)
Todas as músicas são de autoria de Francisco Mário
Todas as pinturas são de Lobianco
Todos os poemas são de autoria de Dorival Caymmi
Participação Especial:
Paulo Bosisio (1º violino)
Paulo Keuffer (2º violino)
Nayran Pessanha (viola)
David Chew (cello)
Jaques Morelembaum (Cello)
Carlos Rato (flauta)
Afonso Machado (bandolim)
Antonio Adolfo (piano e orgão)
Bruno (fagote)
Violão acustico, ovation e arranjos - Francisco Mário
Capa - Lobianco
Apresentação - Tárik de Souza
Poemas - Dorival Caymmi
Gravado no estudio Sono - Viso - R.J em Outubro de 1987
Francisco Mário
O elemento água esta no fim e no princípio, e não foi por acaso que a intuição de criador do músico Francisco Mário o levou a essa Dança do Mar onde se encontram as duas pontes do novelo da vida. A peça com seus movimentos sazonais e climáticos obedece aos fluxos da natureza, a mãe de todas as forças. Pode-se dizer que é parente da música indiana por refletir impactos ambientais do ciclo da existência como ocorre as ragas reguladas pelo tempo cotidiano. Tem corpo de música erudita pela complexidade técnica de suas soluções sempre bandeadas para o lado do lirismo. E alma popular, imanente ao compositor nascido em Belo Horizonte e criado em família numerosa e simples.
As circunstâncias dramáticas da elaboração de este disco - um dos últimos trabalho dele, já consciente de ser portador de uma doença terminal - só passam para o ouvinte através da densidade e pungência do estilo. Nada de pieguiçe, mas é difícil ouvi-lo sem comover-se. A dança epitelial dos violinos, a voz guia do violão, as contradanças de cello, fagote, flauta, bandolim, viola, piano e orgão; todos os caminhos sonoros conduzem a depuração estética. Uma síntese entre o popular e o erudito como descreveu o poeta Aldir Blanc, um de seus parceiros no Lp A Revolta Dos Palhaços. O disco faz parte de uma outra batalha que Francisco Mário travou com a mesma elevação de espírito & estilo: a da produção independente.
Num país onde a cultura é tratada como supérfluo dos supérfluos o controle dos meios do meio de produção é essencial, descobriu Francisco Mário, um dos fundadores da associação dos produtores independentes do Rio. Da teoría a prática: todos os seus discos saíram à margem do mercadão, inclusive alguns deles num formator pioneiro, co-financiados pelos próprios compradores.
uma das vantagens adicionais da produção independente é permitir que o artista só venha a tona quando tem algo relevante a dizer, e basta seguir a trajetória dos lançamentos de Francisco Mário para perceber que ele utilizou ao máximo essa liberdade completa de escolha. A começar do enraizado Terra em 79, cujo o supreendente sucesso de execução em alguns estados (mesmo sem jabá para os rádios) lhe valeu o apelido de Chico Terra. Revolta dos Pallhaços veio em 83, com letras de poetas como Aldir Blanc, Fernando Brandt e Guarnieri, e um recado político explícito de quem sempre definiu a situação brasileira como um grande exílio - "o dos que estão fora e os dos que vivem aqui; êste exílio que impede o homem de discutir sua realidade, de estar junto com a natureza".
Com o terceiro Lp em 84, Conversa de Cordas, Couros, Palhetas e Metais, um grande sucesso de crítica, ótimas vendas e a conquista do troféu Chiquinha Gonzaga atribúido ao melhor independente do ano. Os convidados eram instrumentistas do naipe de Nivaldo Ornellas, Antonio Adolfo, Chiquinho do Acordeon e Jorginho do Pandeiro. Em Pijama de Seda de 85, a revelação do solista em suas varias faces inclusive à braços com a pouca explorada viola caipira. Destaque para a obra prima Ressurreição, em homenagem a reabilitação do irmão, o cartunista Henfil. No ano seguinte, Retratos trazia os perfis musicados de alguns dos principais compositores brasileiros como Dorival Caymmi, Patativa do Assaré, Ataulfo Alves e o incrível músico interiorano Zé Coco do Riachão. E agora esta Dança do Mar que o perpetúa junto com dois outros projetos que deixou realizados (Tempo com Uma Homenagem a Charlie Chaplin e Suíte Brasil) Na Dança uma curiosa parceria pictórica com Lobianco. Suas sete marinhas foram a inspiração principal dos movimentos da peça, horizonte novo para um músico que nunca esteve fechado aos impuslos vitais do planeta.
TÁRIK DE SOUZA
FESTA DE RUA
Dorival Caymmi
Cem barquinhos brancos
Nas ondas do Mar
Uma galeota
A Jesus a levar
Meu Senhor dos Navegantes
Venha me valê!
Meu Senhor dos Navegantes
Venha me valê!
A Conceição da Praia
Está embandeirada
De tudo quanto é canto
Muita gente vem
De toda parte vem um baticum de samba
Batuque, capoeira e também candomblé
O sol está queimando
Mas ninguém dá fé.
CANTIGA DE NOIVA
Dorival Caymmi
É tão triste ver partir
Alguem que a gente quer
Com tanto amor
E suportar a agonia
De esperar voltar
Viver olhando o céu e o mar
A incerteza a torturar
A gente fica só
Tão só...
É triste esperar...
PESCARIA
Doriaval Caymmi
Ô canoeiro
Bota a rede
Bota a rede no mar
Ô canoeiro, bota a rede no mar
Cerca o peixe
Bate o remo
Puxa a corda
Colhe a rede
Ô canoeiro, puxa a rede do mar
Vai tê presente pra Chiquinha
E tê presente pra Iaiá
Ô canoeiro
Puxa a rede do mar
Cerca o peixe
Bate o remo
Puxa a corda
Colhe a rede
Ô canoeiro, puxa a rede do mar
- Louvado seja Deus, ó meu pai.
Há discos históricos, invendáveis, pérolas, êste ha sido resgatado por um pescador conhecido como SEUPC O Sábio...
Como canta o velho Tim Maia: Vai dar pé, Boa Sorte companheiro é dificil encontrar um amigo verdadeiro.
Muita Luz!!
Viva Paulo!!
Papa e Mano desfrutam a noite de San Xoán..chacharelas viva.. viva a Galicia!!
Acá dia São João....
Agradecido irmão, de caminhada!!
Um Cafe desfrutado Com Meu Camarada SeuPC.
Um comentário:
Tenho 28 anos e só vim conhecer Francisco Mário agora. Tento driblar a cultura da má informação e da ignorância. Estou só nesta caminhada, mas é altamente satisfatório conhecer figuras com essa que vem justificar a minha caminhada e nos refazer novamente, frente a realidade, humanos. Parabéns pela postagem!!!
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