LP MARIA BETHANIA – RECITAL NA NOITE BARROCA
GRAVADO A VIVO
GRAVADO A VIVO
SMOFB 3545
1968
ODEON
Se uma cantora aprende a cantar e passa cantar bem, muito bem, ela corre o perigo de cantar bem demais: ela corre o perigo de se tornar uma maquina da cantar, precisa e fria. Isso não acontece apenas com o cantor, mas com todo tipo de artista – pintor, poeta, musico. Gauguin Dizia: “Quando aprender a pintar com a mão direta, passarei a pintar com a mão esquerda, e quando aprender a pintar com a esquerda, passarei a pintar com os pés”.O cantor não tem tantas opções: seu risco é maior. Mas não entenda errado o que eu digo. Não estou dizendo que só quem não sabe cantar canta bem. Estou dizendo que cantar bem não é cantar correto, segundo se afirma que é correto. Cantar bem é cantar como Bethânia canta: com o calor da vida. É por isso que ela diz: “Sei que desafino às vezes. Mas eu também desafino na vida”.
Bethânia é daquele tipo de cantora que não deixa duvida. A gente ouve e já sabe: uma intérprete excepcional. O que alguns discutem é se ela é ou não a maior cantora brasileira de hoje. Mas isso é uma discussão ociosa. O que é indiscutível é que algumas de suas interpretações, de musicais atuais ou do passado, atingem aquele ponto definitivo que as torna insuperáveis. Ninguém jamais esquecerá a Bethânia do Carcará, como ninguém esquecerá também a Bethânia de Anda, Luzia. A estas se somariam varias outras interpretações e neste disco mesmo podemos citar, apenas como exemplo, SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCE, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, ou a irônica recriação de CAFÉ SOCAITE, para não falar em BABY, de Caetano Veloso, ou em ELE FALAVA NISSO TODO DIA, de Gilberto Gil.
Isso define uma grande cantora: a capacidade de criar a interpretação definitiva, dentro de determinada época, das canções nacionais. Bethânia é uma cantora nacional, deste país, enraizada nele, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua bela, já turva, já iluminada, que canta por todos nós.
FERREIRA GULLAR
LADO UM
1968
ODEON
Se uma cantora aprende a cantar e passa cantar bem, muito bem, ela corre o perigo de cantar bem demais: ela corre o perigo de se tornar uma maquina da cantar, precisa e fria. Isso não acontece apenas com o cantor, mas com todo tipo de artista – pintor, poeta, musico. Gauguin Dizia: “Quando aprender a pintar com a mão direta, passarei a pintar com a mão esquerda, e quando aprender a pintar com a esquerda, passarei a pintar com os pés”.O cantor não tem tantas opções: seu risco é maior. Mas não entenda errado o que eu digo. Não estou dizendo que só quem não sabe cantar canta bem. Estou dizendo que cantar bem não é cantar correto, segundo se afirma que é correto. Cantar bem é cantar como Bethânia canta: com o calor da vida. É por isso que ela diz: “Sei que desafino às vezes. Mas eu também desafino na vida”.
Bethânia é daquele tipo de cantora que não deixa duvida. A gente ouve e já sabe: uma intérprete excepcional. O que alguns discutem é se ela é ou não a maior cantora brasileira de hoje. Mas isso é uma discussão ociosa. O que é indiscutível é que algumas de suas interpretações, de musicais atuais ou do passado, atingem aquele ponto definitivo que as torna insuperáveis. Ninguém jamais esquecerá a Bethânia do Carcará, como ninguém esquecerá também a Bethânia de Anda, Luzia. A estas se somariam varias outras interpretações e neste disco mesmo podemos citar, apenas como exemplo, SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCE, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, ou a irônica recriação de CAFÉ SOCAITE, para não falar em BABY, de Caetano Veloso, ou em ELE FALAVA NISSO TODO DIA, de Gilberto Gil.
Isso define uma grande cantora: a capacidade de criar a interpretação definitiva, dentro de determinada época, das canções nacionais. Bethânia é uma cantora nacional, deste país, enraizada nele, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua bela, já turva, já iluminada, que canta por todos nós.
FERREIRA GULLAR
LADO UM
MARGINALIA II
Gilberto Gil – Torquato Neto
CARINHOSO
Pixinguinha - João de Barro
SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCE
Antonio Carlos Jobim – Vinicius de Moraes
ULTIMO DESEJO
Noel Rosa
CAMISA LISTRADA
Assis Valente
MARINA
Dorival Caymmi
O QUE TINHA DE SER
Antonio Carlos Jobim – Vinicius de Moraes
LADO DOIS
MOLAMBO
Jayme Florence – Augusto Mesquita
LAMA
Paulo Marques – Aylce Chaves
PANO LEGAL
Billy Blanco
CAFÉ SOCAITE
Miguel Gustavo
PÉ DA ROSEIRA
Gilberto Gil
ELE FALAVA NISSO TODO DIA
Gilberto Gil
BABY
Caetano Veloso
MARIA, MARIA
Caetano Veloso –Capinam
Diretor musical: Lyrio Panicali
Acompanhamento: Terra Trio
Ao violão Otto Gonçalves Filho
COMPRAR
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