quinta-feira, 27 de setembro de 2007

CD CIRO MONTEIRO MEU SAMBA MINHA VIDA


CD CIRO MONTEIRO MEU SAMBA MINHA VIDA

ABW 81472

MOVIEPLAY BRASIL
1994

Este álbum foi produzido em duas etapas, com um espaço de um ano entre elas. Esta interrupção se deveu ao falecimento do talentoso orquestrador e excepcional trombonista Astor Silva, tão prematuramente desaparecido.
Quatro faixas já estavam gravadas sob a direção musical do saudoso Astor e com a participação dele próprio ao trombone, com o conjunto de Canhoto, Orlando Silveira em uma seção rítmica de respeito cujos integrantes são citados verbal e nominalmente por Cyro Monteiro na gravação de Rosa mandou. Essas faixas são: Deus me perdoe, Rosa mandou , Jambete e Moreninha boa
Canhoto está presente, também, em duas faixas da segunda etapa de gravações; ele, os violões de Dino e Meira e u ritmo de primeira ordem dão ao Cyro o clima perfeito para os sambas Tristezas não pagam dívidas e Saudade dela. Nessas duas faixas, dá gosto ouvir o trombone personalíssimo de Raul de Barros, contraponteando, forrando harmonicamente, improvisando e dando as clássicas deixadinhas, tão do agrado do cantor.
As faixas Saquinho de dinheiro, Cara ou coroa, São Paulo, Decisão, Como a vida é e Regra do sei lá, foram gravadas com o acompanhamento do conjunto de Chiquinho, cujos dedos mágicos fazem fluir sons de verdadeira orquestra do seu inacreditável acordeon elétrico.
Onde há o coro vocal, está sempre o Joab com o seu coro místico
ISMAEL CORREA


Certa vez, um poeta foi visitar um cemitério, e ficou muito impressionado com os epitáfios. Sôbre as pedras de granito, existiam frases assim: “Aqui jaz fulano de tal que viveu uma hora e vinte minutos”. Sôbre outro granito, mais um dizer: “Aqui jaz fulano de tal que viveu duas horas”. O poeta ficou um tanto preocupado e na saída do cemitério, perguntou ao porteiro: - Afinal de contas, qual é o significado dos epitáfios que existem neste cemitério? – O porteiro respondeu que aquêle era um cemitério diferente, que o número de horas impresso nos túmulos, era relativo ao tempo de vida que a pessoa desaparecida tinha praticado, de bem, ao seu semelhante. Assim sendo, o homem que tinha morrido aos 70 anos, tinha sôbre seu granito apenas uma hora e vinte minutos de amor ao próximo, o outro apenas duas horas, e assim por diante.

Agora vamos passar ao elogio da vida, ou seja, à justiça merecida. Cem anos seriam 876.000 horas. Eis neste disco um vivo beneficiente; um sobrevivente que já tem êsse montante de vida debitado ao bem. Se a existência dependesse dêle, todos nós seriamos ricos e imortais, seriamos pródigos e bons. E êle canta e empresta a sua amizade desconhecendo a tática dos juros. E êle alegra o povo e penetra no povo como a chuva penetra na terra castigada. Esquecendo os epitáfios e os granitos, vamos entrar no mundo real, otimista, amigo e rítmico através da estrada sólida e brasileira que é a voz de Cyro Monteiro.
REYNALDO DIAS LEME.


SAQUINHO DE DINHEIRO
(Cyro Monteiro/Lilian de Matos)

TRISTEZAS NÃO PAGAM DIVIDAS
(Ismael Silva)

DECISÃO
(Etinha)

SAUDADE DELA
(Alcyr Pires Vermelho/Pedro Caetano)

MORENINHA BOA
(Fardel/Estevão Camargo)
REGRA DO SEI LA
(Eduardo Souto Neto/Alberto Paz)

DEUS ME PERDOE
(Humberto Teixeira/Lauro Maia)

SÃO PAULO
(Ricardo Galeno)

CARA OU COROA
(Eduardo Souto Neto/Alberto Paz)

ROSA MANDOU
(Avarese)

JAMBETE
(Lu Monteiro/Sergio Bittencourt)

COMO A VIDA É
(Cyro Monteiro/Dias da Cruz)
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