quinta-feira, 4 de setembro de 2008

LP BERNSTEIN RHAPSODY IN BLUE GERSHWIN CBS GREAT PERFORMANCES


LP GERSHWIN RHAPSODY IN BLUE AN AMERICAN PARIS

BERNSTEIN Piano And Conductor

COLUMBIA SYMPHONY ORCHESTRA , NEW YORK PHILHARMONIC

CBS 111504

GREAT PERFORMANCES

GERSHWIN

“Whiteman Judges Named” (Nomeados os Juízes do Whiteman), dizia uma pequena nota na página de diversões da Tribune de Nova York de 4 de janeiro de 1924”. “O Comitê decidirá o que é Música Americana”, dizia o subtítulo. A matéria começava: “Entre os membros do comitê de Juízes que estarão no What Is American Music? Do concerto de Paul Whiteman a ser realizado no Aeolian Hall, terça-feira à tarde, 12 de fevereiro, estarão Sergei Rachmaninoff, Jascha Heifetz, Efrem Zimbalist e Alma Gluck...essa questão do que é precisamente música americana tem suscitado enorme interesse nos círculos musicais e Mr. Whilteman está recebendo toda espécie de manuscritos, de blues a sinfonias. George Gershwin está trabalhando em um concerto de jazz...”

A nota foi lida para George Gershwin por seu irmão Ira. O compositor estava nos retoques finais do preparo da partitura para o musical da Broadway Sweet Little Devil para seu lançamento em Boston. Ele se lembrou de ter conversado com Paul Whiteman sobre um proposto, eventual concerto de jazz para o qual ele produziria uma peça longa, uma composição séria utilizando fórmulas e ritmos do jazz. Agora, porém, a data do concerto estava subitamente apenas cinco semanas adiante.

Antes de partir para Boston e tratar de Sweet Little Devil, Gershwin procurou Paul Whiteman e este lhe fez ver que produzindo apenas uma peça para piano ele poderia atender em tempo à encomenda. Pois Whiteman tinha à mão, como seu arranjador, o maior profissional nesse campo, Ferde Grofé.

No trem para Boston, com uns poucos temas fixados em sua mente para possível uso, Gershwin se pôs a organizar a peça. “Foi no trem”, disse ele mais tarde, “com seus ritmos de aço, sua orquestra barulhenta...(freqüentemente ouço música no próprio coração do ruído) que de repente ouvi – até vi no papel – toda a construção da Rapsódia, do começo ao fim. Não me vieram novos temas, mas trabalhei no material temático que já estava na minha mente e tentei conceber a composição como um todo...Quando cheguei a Boston, tinha o plano definido da peça, definido em sua real substância.”

A real substância foi reunida e arrumada na sala de trabalho do apartamento de Gershwin em Nova York, na Rua 110, quando ele voltou de Boston. Foi esboçada para dois pianos, deixando grandes espaços vazios para quando o piano solista devesse atuar sem acompanhamento.

Grofé estava aí mesmo, pegando o manuscrito à medida que ia sendo completado, uma seção cada vez, e rapidamente fazia a orquestração.

Gershwin fez algumas indicações da instrumentação que tinha em mente, mas não indicava os instrumentos os músicos ou músicos de Whiteman para esta ou aquela passagem!

O clarinetista Ross Gorman podia tocar um fabuloso glissando onde outros não poderiam, e as notas iniciais foram concebidas tendo em mente suas especiais habilidades. Embora a obra tenha sido descrito como “para jazz band e piano”, a banda de Whiteman era, mais, uma grande orquestra de dança formada de elementos que possuíam fundamento de jazz e não raro tinha pela frente carreira de sucesso como músicos de jazz individualmente.

O título final foi dado por Ira. Na tarde do concerto George ainda não tinha acrescentado a parte completa do piano mas, apesar disso, tocou com perfeita calma diante das páginas ainda em branco.

A Rapsódia veio depois do último dos vinte e três números do programa. Como Whiteman não tinha a partitura completa, devia esperar que Gershwin lhe dessa a deixa para trazer de volta a orquestra depois das passagens de solo. Contudo, tudo saiu bem e animou o público, que começara achando que este concerto experimental teria apenas interesse educativo.

“O Concerto”, escreveu Carl van Vechten a Gershwin dois dias depois, “em verdade foi o que se poderia dizer um extravagante tumulto; você o coroou com o que sou forçado a considerar como o mais importante esforço sério de um compositor americano. Vá em frente e você deixará toda a Europa atônita.”

Em 1928 Gershwin foi à Europa, não para deixá-la atônita mas para estudar e se familiarizar com a música dos europeus modernos. Entre compromissos sociais, procurou encontrar-se com Milhaud, Ravel, Stravinsky, Prokofiev e Poulenc e assistiu a vários concertos.

A idéia pra Um Americano Em París trouxe consigo, ou melhor, trouxe de volta consigo, desde que ela lhe ocorrera pela primeira vez durante uma viagem anterior à capital francesa..

O esboço em piano foi concluída em 1º de agosto, a orquestração em 18 de novembro. Escrita sem a parte de piano, que era até então o ponto crucial de qualquer composição de Gershwin. - e instrumentada por Gershwin apenas com o auxilio de conselhos de seus muitos amigos e consultores – representa um considerável avanço em sofisticação sobre a Rhapsody in Blue e também sobre o Concerto em fá, de 1925.

Gershwin fez publicar uma declaração sobre a obra:

“Esta nova peça, na verdade um ballet rapsódico, é escrita de maneira muito livre e é a música mais moderna que já tentei. A parte inicial será desenvolvida em típico estilo francês, à maneira de Debussy e os Seis, embora os temas sejam originais. Meu propósito aqui é retirar a impressão de um visitante americano em Paris, quando ele passeia pela cidade e ouve os vários ruídos de rua e absorve a atmosfera francesa.

“Como em outras composições orquestrais minhas, não pretendi representar quaisquer cenas definidas nesta música. A rapsódia é programática apenas de um modo impressionista geral; de modo que o ouvinte individual pode ver na música o que a sua própria imaginação lhe sugere.

“A alegre seção inicial é seguida de um rico blues com uma corrente subterrânea fortemente rítmica. Nosso amigo americano, talvez depois de passar por um café e ter tomado uns drinques, sucumbiu num espasmo de nostalgia. A harmonia aqui é mais intensa e simples do que nas páginas anteriores. Este blues se eleva a um clímax seguido de uma coda em que o espírito da música volta à vivacidade e à efervescente exuberância do começo com impressões de Paris. Aparentemente, o nostálgico americano, tendo deixado o café e chegado ao ar livre, libertou-se da magia do blues e de novo é um observador alerta da vida parisiense. Na conclusão os ruídos de rua e a atmosfera francesa triunfam”.

A obra teve sua estréia sob a regência de Walter Damrosch no Carnegie Hall em 13 de dezembro de 1928.

Lado 1

RHAPSODY IN BLUE Orquestra Sinfônica Columbia Leonard Bernstein, Piano

Lado 2

UM AMERICANO EM PARIS Orquestra Filarmônica de Nova York


Tienda Cafe Con Che

Porque é Imprescindível Sonhar

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