LP MANTOVANI A LENDA DA MONTANHA DE CRISTAL
LONDON
LLG 11003
MONO
MANTOVANI E SUA ORQUESTRA com Rawicz e Landauer
A música sempre desempenhou importante papel no cinema. Nos tempos do cinema mudo, era um pianista ou um trio de cordas que acentuavam as passagens importantes das fitas. Nos filmes falados de hoje, essa função incumbe às trilhas sonoras que vão tornando cada vez mais vitais para o desenrolar dramáticos de uma trama.
A obra mais conhecida de quantas foram compostas para o cinema é, talvez, o CONCERTO DE VARSOVIA, de Richard Addinsell, jovem compositor que abandonou os seus estudos de direito aos vinte e um anos, para se dedicar exclusivamente à música de teatro. Addinsell já havia composto as partituras de diversos grandes filmes ingleses antes de ser encarregado de compor um pequeno concerto para “Dangerous Moonlight”. Lançado quando Varsóvia sofreu o seu grande bombardeio, o filme narra o drama de um concertista e aviador polonês que foge justamente antes da queda da cidade. Alista-se êle mais tarde no esquadrão polonês da R.A.F e sofre um desastre de avião, no qual perde a memória. Recobra-a, entretanto, quando, tempos mais tarde, executa o seu famoso concerto. Com Anton Walbrook, Sally Gray e Cecil Parker nos principais papéis, o filme teve enorme sucesso. Os cinemas recebiam constantes telefonemas de pessoas que indagavam o nome da música e esta se tornou conhecida como CONCERTO DE VARSOVIA.
O SONHO DE OLWEN foi a melodia que ouvimos durante quase todo o desenrolar do drama psicológico que foi o filme “White I Live”. Sonia Dresdel fêz o papel da irmã de uma compositora que perde a vida ao cair do alto de um penhasco. Vinte e cinco anos mais tarde, quando uma jovem bate à porta, a mulher, que sôfre de amnésia, julga que é sua irmã que voltou à vida. Patricia Burke, Carol Raye, Cliford Evans e Tom Walls desempenharam os principais papéis. Charles Williams, pioneiro da música de filmes da Inglaterra é o autor da melodia, que se tornou tão conhecida que alguns anos depois, o filme foi lançado novamente e o título dêste passou a ser o da música.
Michael Denison e Dulce Gray foram os astros de “A Montanha de Cristal”, coadjugados por Valentina Cortese, Sebastian Shaw e os cantores líricos italianos Tito Gobbi e Elena Rizzien. O filme fixa um paralelo entre a historia do herói, cujo casamento é quase destruído por um romance com uma jovem italiana, e a lenda de um par de amantes sepultados na Montanha de Cristal, elevadíssimo pico dos Montes Dolomitas, da Itália. Nino Rota compôs a música, em que se destaca, sobretudo, a LENDA DA MONTANHA.
A RAPSODIA SOBRE UM TEMA DE PAGANINI de Rachmaninov, foi o que ouviram na trilha sonora de “Historia de Três Amores”, trilogia em technicolor, de Gottfriend Reinhardt e Vicent Minnelli. Essa era a música de fundo do primeiro episódio . “Amante Ciumento”, em que James Manson faz o papel de um empresário e Moira Shearer o da bailarina proibida de dançar pelos médicos.
Em “Historia de amor”, Margaret Lockwood, no papel de uma pianista vitima de doença incurável, apaixona-se por um piloto da RAF (Stewart Granger), atacado de cegueira progressiva. Os principais coadjuvantes foram Patricia Roc, Tom Walls e Reginald Pordell, Hubert Bath, conhecido compositor desaparecido em 1945, e grande contribuidor para a música de filmes da Inglaterra, escreveu a RAPSODIA DE CORWALL, que a heroína executa nun concerto no Royal Albert Hall.
Maryan Rawicz, de origem polonesa e Walter Landauer, vienense, conheceram-se em Carinthia, Austria, em 1928, e têm tocado juntos, desde então, como duetistas de piano. Depois de se exibirem em inúmeros “night-clubs” do Continente Europeu, em 1935 resolveram ir para os Estados Unidos, mas, de passagem pela Inglaterra, foram tão bem acolhidos, que ficaram ali. Os estilos de ambos diferem muito: o de Rawocs é “austero e ponderado” e o de Landauer, “mais clássico e fantasioso”, mas essa diferença não impedem que formam uma dupla ideal, cujo trabalho se caracteriza, sobretudo, por uma espantosa precisão.
Mantovani criou-se num ambiente musical. Seu pai, professor de música de dos conservatórios italianos, tocou sob as batutas de Mascagni e Toscanini e, por serviços prestados à música, foi feito Cavalheiro pelo Rei de Portugal. Encontrava-se na Inglaterra, com uma companhia lírica italiana, quando sobreveio a guerra e, impossibilitado de regressar a sua pátria, ali se fixou com a família. Aos quatorze anos, Mantovani iniciava seus estudos de violino e dois anos mais tarde já era músico profissional. Um dos feitos de que mais se orgulha é ter tocado, no Queen’s Hall de Londres o Concêrto em Si Menor para Violino, de Saint-Saens.
Os programas de rádio de Mantovani começaram com o seu quinteto, mas foi a Típica Orquestra, formada em 1930, que tornou famoso o seu nome. Artista desta etiqueta desde 1940, sua popularidade aumentou ainda mais a partir de 1951, com a sua Nova Orquestra, conhecida pela incomparável opulência de tonalidade e contextura que as suas quarenta figuras conseguem obter.
O gôsto pessoal de Mantovani quanto à música é muito variado. No setor popular, são seus favoritos, Cole Porter, Noel Coward e Richard Rodgers. No setor clássico, aprecia Debussy, Sibelius, Vanghan Williams e Bartók.
Quando se fala em Mantovani, pensa-se imediatamente nas suas qualidades de regente, sem levar em conta a sua originalidade e o seu talento como compositor. Para exemplificar nesse campo, esta gravação apresenta a sua encantadora “SERENATA D’AMORE”.
Charles Fox.
Lado 1
CONCERTO DE VARSOVIA
SERENATA DAMORE
O SONHO DE OLWEN
Lado 2
A LENDA DA MONTANHA DE CRISTAL (Nino Rota)
A HISTORIA DE TRES AMORES
RAPSODIA DE CONWALL
Um comentário:
Tenho esse lp, está velhinho e procuro faz tempo as músicas que nunca esqueci, fazem parte da minha vida. Obrigada por proporcionar esta beleza. Você tem as outras músicas que constam do disco? E os filmes, será que existe alguma cópia? Que bom que nos dias de hoje encontrei alguém que se lembra deste tempo romântico!!!!!!
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