sábado, 8 de dezembro de 2007

CHARLES DICKENS UM CONTO DE DUAS CIDADES CIRCULO DO LIVRO


CHARLES DICKENS UM CONTO DE DUAS CIDADES

Imortais da Literatura Universal

Circulo do Livro

ISBN 8533211740

1997

Charles Dickens é o escritor mais conhecido da Inglaterra e, ainda hoje, um dos romancistas mais lidos do mundo. Criou uma obra rica de símbolos, na qual nos apresenta um retrato contristador e dramático de Londres, na época da Revolução Industrial.
Descreveu em sua obra os horrores dos asilos, escolas e prisões, mas, na verdade, a repercussão de seus livros foi puramente sentimental. Sua obra apresenta certa influencia do romance gótico: com seus mistérios de família, segredos inexplicados e enredos complicados. Suas observações sobre a grande cidade, o Tamisa, a névoa cinzenta que invade os lugares são altamente poéticos...
Observador atento captou os aspectos mais originais e os tipos mais pitorescos de Londres. Seu gosto pelo teatro levou-o a caracterizar seus personagens como se fossem atores: através de gestos, tiques e modulações de voz. Atribui-se também a sua visão dramática dos acontecimentos a fragmentação de seus romances em cenas. Mas essa característica estrutural de sua obra deve-se, antes de tudo, a urgência exigida pela publicação seriada. Os romances de Dickens eram primeiramente publicados em jornais, na forma de folhetim, em que o interesse do publico, na época equivale, hoje, ao acompanhamento de uma novela de televisão.

TEMPOS DIFICEIS
Charles Dickens nasceu em Portsmouth, em 7 de fevereiro de 1812. Criança ainda, sentiu na carne as agruras da Revolução Industrial. Seu pai era escriturário da Marinha. Não conseguia sustentar a família com seus minguados proventos e acabou endividado. Mesmo depois de mudar-se para Londres, perseguido por credores, John Dickens acabou preso. Sua mãe Elizabete, viu-se obrigada a vender vários pertences da casa para se sustentar. Com apenas doze anos, Charles foi trabalhar numa fabrica para ajudar a família. Aos domingos, visitava o pai em Marshalea, o cárcere dos devedores insolventes.
A situação só mudou quando a avó paterna morreu e deixou uma pequena herança. Com o dinheiro, o pai saldou suas dividas e saiu da prisão. Isso permitiu a Dickens voltar seus estudos. Entrou na Wellington House Academy, onde recebeu os mesmos mal trato que, mais tarde, relataria em seus romances. Mas a instabilidade financeira dos pais o obrigou a abandonar definitivamente a escola.
Dickens tinha agora que arrumar um novo emprego. Pensou em tornar-se ator. No dia do teste, porem, uma dor de dente impediu que pudesse a prova seu talento. Empregou-se então como aprendiz na casa de um procurador provincial.
Para quem sonhava com o palco, não era agradável passar o dia ouvindo queixas. Decidiu-se que, se aprendesse estenografia talvez pudesse encontrar uma ocupação mais atraente. Assim aos vinte anos, estenógrafo diplomado, Dickens colocou-se no True Sun, com a função de anotar as reuniões parlamentares e as campanhas eleitorais.
A sua vida de repórter era estafante. Viajava pelas províncias inglesas nos transportes mais incômodos, ficava dias sem comer e, muitas vezes, tinha de redigir a luz de vela. Mas graças à sua veia humorística e à sede de aventuras, também se divertia anotando os episódios mais pitorescos.
Na época, a antiga aristocracia rural e a recente burguesia industrial lutavam pelo poder político. A primeira, economicamente falida, mas politicamente poderosa, ocupava a maioria das cadeiras do Parlamento. A segunda, com grande força financeira, era mantida a margem das decisões governamentais. A burguesia teve de lutar pela reforma do sistema eleitoral, para que diminuísse a influencia dos aristocratas e aumentasse a dos centros industriais, através da eleição de seus representantes.
Dickens acompanhava de perto essas contendas e rixas entre os candidatos e eleitores de ambas as facções. Tudo o que via contava a Kolle, um amigo de redação. Este, empolgado com as historias, introduziu Dickens na alta sociedade londrina, na qual logo ficou conhecido por seu humorismo.
Mas, após uma paixão fracassada por uma jovem de família rica, para curar a magoa, Dickens sentiu necessidade de escrever. Numa noite timidamente, enviou um pequeno artigo, sem assinatura, para o Monthly Magazine. Um mês mais tarde verificou, surpreso, que seu texto no fora só aproveitado como era lido por muita gente. O sucesso levou-o a redigir uma serie de crônicas, em linguagem leve e fácil, narrando factos reais ou fictícios da classe londrina. Assinava-os sob o pseudônimo de Boz, no Morning Chronicle, que era o jornal inglês de maior circulação na época...

UMA NOTA SOBRE O TEXTO
Um Conto de Duas Cidades foi publicado pela primeira vez em fascículos no All the Year Round de 30 de abril a 26 de novembro de 1859 e em oito partes mensais de junho a dezembro do mesmo ano. O romance apareceu sob forma de volume em novembro de 1859.

PREFACIO
Foi quando atuava, com meus filhos e amigos, no drama The Frozen Deep, do senhor Wilkie Collins, que concebi, pela primeira vez, idéia central desta historia. Havia, de inicio, uma forte disposição de corporificá-la em minha própria pessoa; e eu esbocei em minha imaginação o estado de espírito do qual um observador atento e particularmente interessado necessitaria para narrá-lo.
A medida que a idéia foi se tornando familiar para mim, gradualmente foi assumindo, por si própria, a presente configuração. Durante sua execução, ela exerceu completo domínio sobre mim; e agora constato que tudo que foi realizado e sofrido nestas paginas, estou seguro de ter feito e sofrido eu mesmo.
Sempre que alguma referencia (mesmo que superficial) é feita aqui a condição do povo francês antes da Revolução ou durante, ela é produzida de boa fé, com base em testemunhos fidedignos. É uma de minhas esperanças acrescentar alguma coisa a forma popular e pitoresca de compreender esse período terrível, embora ninguém possa a ter a pretensão de acrescentar qualquer coisa a filosofia do livro extraordinário do senhor Carlyle.


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Um comentário:

LesPaul disse...

Meu amigo. Tentei 'postar' comenta´rio na tarde mas a máquina travou despues de listo. Asi, despues e casi um año que mi madre si foi, despues de muitos versos de consolo a mi alma vagabunda, despues de un año que mi dissestes palavras confortadoras, posso te dizcer obrigado lá do fundo desse coração que ainda verte lágrimas, algumas vezes nem tão furtivas. Em homenagem, favor dar umaolhada nesse 'post' sobre um lugar muito bacanudo, como sinal de meu reverencial obrigado, AMIGO:

LesPAul Corvette se refugia em
EL PUEBLO EN EL QUE NUNCA PASA NADA
http://www.elpuebloenelquenuncapasanada.com/


12 HABITANTES - VELHOS - SOZINHOS - e... FELIZES. Você acaba de encontrar El Pueblo en el que nunca pasa nada. No site também encontra-se o 1º OPen internacional de ordeños de cabra. Esse lugar divinal ou assombrador, solitário e concorrido em tranqüilidade perturbadora fica na España. O Site cujo link segue acima foi criado por uma empresa de publicidade. No campeonato não há riscos de contrair brucelose, pegar chatos ou ser infernizado por parasitas. Agora são 13 os habitantes. LesPAul depois conta como saiu do Festival de Jazz de Monterey, chegou à Europa a bordo de um cargueiro, foi enjaulado em um navio sueco que serve de sanatório de desintoxicação de birituns e chegou na España. Visite o sítio espanhol e veja se encontra wally... digo El Tigre, o perro argentino e ébrio compañero neste mondo lôco, que me acompanha sem embargos desde a Jamaica, onde o reencontrei imerso em eflúvios de um legítimo charo nativo, ostentando dreads mutcho djoidos e bebendo uma Red Sripes no canto de um boteco de cais do porto. (vide posts antigos desde El Caminito em Buenos Aires) Escutcharão em breve, também, nosso novo blues chamado "O Cutelo e O Nervo".
Postado por LesPaul às 23:35 0 comentários