terça-feira, 20 de novembro de 2007

LP / VINIL 101 STRINGS ORCHESTRA OPERA IMPERIAL



LP 101 STRINGS ORCHESTRA OPERA

IMPERIAL

IMP 30039

Quando os primeiros roufenhos discos começaram a rodar nos gramofones de nossos avós, havia inúmeros problemas a serem resolvidos pelas gravadoras. A gravação mecânica obtida através da vibração de uma membrana, no centro da qual esta fixada a agulha exigia sons fortes, agudos, para que dessem um resultado satisfatório.
Por isso era dificílimo gravar os sons dos violinos ou de outros instrumentos “fracos”. As bandas, com seus metais, eram os conjuntos favoritos.
Daí a dificuldade de gravar, por exemplo árias de ópera, acompanhadas por orquestras.os cantores só podiam ser acompanhados pelos piano, pois de outra forma o som dos instrumentos da banda abafaria a voz do artista.
Foi nessa época que um regente de banda, Arthur Pryor, teve a idéia de gravar discos com árias de óperas sem cantores. As vozes humanas seriam substituídas por vozes instrumentais. Um desses discos apresentava, por exemplo, o dueto final da Ainda, em que a voz de Radamés era “cantada” por um trombone e a de “Ainda” pelo pistão do próprio Pryor.
A idéia, surgida para resolver um problema técnico de gravação, demonstrou-se, entretanto, feliz. O público gostou porque podia ouvir as árias preferidas apenas em suas linhas melódicas, sem se preocupar com a palavra cantada, na maioria dos casos, numa língua que não entendia.
Desde então, o disco nunca mais abandonou esse gênero, o único alias que nasceu, viveu e vive exclusivamente do disco. Os catálogos das gravadoras em quase todos os paises do mundo – e no decorrer das seis décadas do nosso século – registram constantemente gravações orquestrais de trechos de ópera, sob diferentes denominações: “Pot Pourri”, “Fantasia”, “Ópera sem Palavras”, “A Orquestra Canta”, e daí por diante.
Apesar de muitos puristas em musica ter criticado bastante esse gênero, ele não deixa de ter a sua função e o seu interesse. De maneira especial, porque é o meio mais direto de aproximar o leigo de um gênero musical que pouco conhece, e do qual hesita em se aproximar por não entender o que os artistas cantam.
A seleção apresentada pela 101 Strings Orchestra é das mais interessantes e a que mais pode ser aproveitada para esse trabalho de elaboração orquestral. As decididas linhas melódicas dessas sete árias fornecem ao orquestrador os meios de se expandir, de explorar todos os elementos melódicos dos instrumentos, especialmente quando esses instrumentos são os mais melódicos de todos: as cordas.
Verdi, Puccini, Wagner e Bizet: o belo e amplo desenho da “Estrela Vespertina” de Wagner, em contrastes com os ritmos valsantes da ária “Sempre Libera” da Traviata ou da “Valsa de Musseta” da Boheme; ou mesmo as comovidas melodias de “Addio del Passato”, “Um bel di vedremo” e “Celeste Ainda”, ao lado da atmosfera ibérica da “Habanera” de Bizet.
Um disco só para ouvir, para apreciar as construções melódicas dos grandes operistas, em elaborações orquestrais primorosas e de bom gosto.
Mauricio Quadrio

Musicas;

ADDIO DEL PASSATO “La Traviata” (Verdi)
EVENING STAR “Tannhauser” (Wagner)
UN BEL DI VEDREMO “Madame Butterfly” (Puccini)
MUSETE WALTZ “La Boheme” (Puccini)
CELESTE AIDA “Aida” (Verdi)
HABANERA “Carmen” (Bizet)
SEMPRE LIBERA “La Traviata” (Verdi)


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