terça-feira, 21 de abril de 2009

LUIS ADONIS V. CORREIA QUEM ROEU A ROUPA DO REI?

LUIS ADONIS V. CORREIA QUEM ROEU A ROUPA DO REI?

Cliente e Mercado em Outro Rei Lear

EDITORA NEGOCIOS

ISBN8586014672

136 Pags

2001

Estrada e Tempestade

Difícil dirigir na estrada aquela noite. A tristeza que cingia o Rei não o deixava ver muita coisa. Olhava para o retrovisor de sua vida. Recordava. Era a esperança de identificar no vídeo de sua carreira onde falhara. Teria errado como pai, empresário ou ambos?

Naquele instante, um caminhão o ultrapassa, com a seguinte frase escrita no pára-choque: “Não sou o dono do mundo, mas sou o filho do dono”. Resmungou a si próprio:

|- Religiosidade ou mais uma empresa familiar?

Outro caminhão o ultrapassa. No pára-choque, escrito: “Mais vale um mal acordo que uma boa briga”. Ele se irritou:

- Mas o que é isso? Terapia sobre rodas?

A tempestade que se pronunciara enfim se fez presente. O vento e os raios testemunhavam agora os céus despejando as águas dos mares e das lágrimas. Não se lembrava de ter ligado o rádio, mas começou a ouvir uma canção:

“There’a a little Black spot in the Sun today

It’s the same old thing as yesterday…”

Dirigia, pronto para praguejar:

-O próximo caminhão que passar com esses minutos de sabedoria vai levar uma fechada.

O som,  ainda baixo relatava:

“...Theres a Black hat caught in a hight tree top

There’s a flag pole rag and the wind won’t stop…”

A canção continuava, imune como o vento:

“...That’s my soul up there...”

Começou deixar de lado a vingança ao volante quando ouviu:

“There’s a king on the throne with his eyes torn out

There’s a blind man looking for a shadow of double…”

No lado direito da Estrada avistou um letreiro luminoso. Grande piscando e de luz intensa, o letreiro sobrevivia à tempestade. Estava lá: Bar. O que valeu o comentário:

- Talvez seja bom parar um pouco neste bar, esperar que o temporal acabe.

No mesmo letreiro agora aparecia> The Doors.

- Humm, Bar the doors. Deve ser um bar musical. Naomi falava muito desse grupo de rock.

Antes que se alongasse em qualquer inferência, surgiu no letreiro luminoso> of the castle. Leu e mal podia acreditar:

-Bar the doors of the castle?! (Tranquem as portas do castelo?!) Mas o que é isso?!

Encolerizado como um dos raios, saiu da estrada, freou o carro e o estacionou embaixo dos letreiro. Saiu sob a chuva intensa para tomar satisfação:

_ “Tranquem as portas do castelo”?! Quem você pensa que é, seu letreirozinho de m...! Quem é você para dar ordens?! Você me conhece? Alguém neste temporal, no meio do nada, me conhece?

Bom, como era de se esperar, o letreiro não respondeu. Aliás, nem piscou. Parecia ter sido desligado. Mas o rei continuava ligadão:

 - Quem é você para impedir minha entrada? Se há um castelo, fui eu quem construiu!

E o letreiro, nada. Só na dele. Apagadão. E o Rei, chafurdado na ira e na chuva, ouvia claramente a canção...

“...I have stood here before inside the pouring rain 

With the world turning circles running round my brain

I guess I always thought tha you could end this reign

But it’s my destiny to be the king of pain…”

Correu para o carro e o rádio continuava desligado. Mas ouvia cada vez mais alto. Desesperado, perguntava ao breu do céu:

- O que é isso? Uma pegadinha? Eu processo você. Não me importa quem você seja, meus advogados o processarão.

E sem qualquer abalo por parte dos céus, da tempestade e do letreiro, ajoelhou-se, rendido as forças maiores e desconhecidas. Alquebrado, suas lágrimas juntavam-se à chuva. No intervalo de trovões ainda ouviu-se o Rei proferir o final da canção:

- King of pain, I Will always be, King of pain.

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