LP PORTUGAL HOJE
Músicas de JOSÉ AFONSO
Interpretação de PAULA RIBAS E LUIS N’GAMBI
1975
DISCOS MARCUS PEREIRA
MPL1010
A transmissão da canção “Grandola, Vila Morena” por uma emissora de Lisboa, foi a senha para a deflagração dos acontecimentos políticos de abril, em Portugal (de uma entrevista do Capitão Salgueiro Maia à Revista Manchete)
Músicas de JOSÉ AFONSO
Interpretação de PAULA RIBAS E LUIS N’GAMBI
1975
DISCOS MARCUS PEREIRA
MPL1010
A transmissão da canção “Grandola, Vila Morena” por uma emissora de Lisboa, foi a senha para a deflagração dos acontecimentos políticos de abril, em Portugal (de uma entrevista do Capitão Salgueiro Maia à Revista Manchete)
A edição deste disco que reúne os melhores trabalhos do compositor português José Afonso enquadra-se na linha que nos propusemos com o lançamento de nosso selo: divulgar música de autor de qualidade incomum e documentar em disco as manifestações musicais do povo. As composições de José Afonso, de nítida inspiração folclórica na sua concepção literária e musical – como de resto o trabalho dos melhores compositores português, e esperança que foram as comemorações da libertação do povo português.
No espírito do observador, distante ou próximo, dos acontecimentos em Portugal, certamente deve ter ficado a imagem de uma revolução musical e florida. Que assim sejam todas as revoluções, e que os espiões se disfarcem com vestidos de organdi, e que as balas sejam amarradas na ponta de um barbante, para maior economia das batalhas, e que haja suaves vendedoras de castanhas à “porta de todas as guerras”, como propõe Raul Solnado, o maior fabricante de risadas que já falou em língua portuguesa.
O cravo e a canção de José Afonso “Grandola, Vila Morena” são os melhores símbolos da alegria do povo português.
Ambos aqui estão. Se o cravo não tem perfume, a canção lhe faz as vezes, porque ele contém o perfume da inteligência, da sensibilidade e da bondade humana. Eça de Queiroz, lá na morada definitiva que reúne os gênios de todos os tempos, deve estar comentando, quem sabe com Antero, ou com Ramalho, quem sabe fez até as pazes com Camilo: “Ora vejam só! Portugal saiu-me a gosto, deflagrando a revolução tendo como senha uma canção!” A canção “Grandola, Vila Morena” foi a senha da Revolução, e os soldados não atenderam com tiros, mas cantando em coro.
Com a edição de “Fados Brasileiros” e “Portugal Hoje” nós não rendemos um preito, como dizem certos cronistas, a Portugal de hoje e a à cultura portuguesa de sempre. Com estes discos, pedimos licença aos nossos irmãos portugueses que nos permitam cantar juntos. Os povos que cantam unidos, permanecem unidos.
Marcus Pereira.
LADO A
Grandola, Vila Morena
Eu vou ser como a topeira
Maria Faia
Epigrafe para a arte de furtar
Canto Moço
Traz outro amigo também
LADO B
Avenida de Angola
Por trás daquela janela
Moda do Entrudo
No comboio descendente
Canção do Desterro
A caminho de Urga
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