LP MERCEDES SOSA
PHILIPS 6347266
1976
Amo el canto del cenzontle. Pájaro de cuatrocientas voces.
Amo el color del jade y el embriagante perfume de las flores.
Pero...
amo mais a mi hermano, el hombre.
Canto Nahualtl
Predestinação?...Pode-se considerar casualidade o fato de que Mercedes Sosa tenha nascido no dia 9 de julho...e em Tucuman?...Por acaso não poderia representar ou simbolizar ou simbolizar a “Mulher Argentina da Independência”...ou de todos os tempos?
Mercedes confessa que nasceu cronologicamente na data pátria, em 9 de julho de 1935, porém diz: “Às vêzes penso que nasci em 1957 ou 1958, porque os anteriores foram anos inúteis nos quais não realizava nada de positivo, não sabendo para onde ir, cantava por cantar. Minha infância foi marcada pela pobreza e a única coisa que nos salvou da miséria foi a união ferrenha da minha família. Não obstante tudo, não tenho ressentimentos”.
A família de Mercedes era composta por seus pais, Ernesto e Ema, e três irmãos. Referindo-se a seus pais, mas precisamente às suas raças, a grande artista continua dizendo: “Por parte de pai, minha ascendência é argentina por várias gerações e por parte de mãe, francesa...Não tenho nada de índia apesar dos meus traços, porém meu avô falava o *quichua perfeitamente”.
Que estudos realizou em Tucuman? “Enquanto dava aulas de balê, fiz o curso secundário e me formei professora”. Com relação á sua vocação para o canto e de que maneira esta se concretizou; ela diz: “Comecei a cantar com 15 anos de idade. Minhas colegas de colégio achavam que eu cantava muito bem e praticamente me “empurraram” para que eu participasse de um concurso da LV 12 - “Rádio Independência”.
Que músicas você cantava? “Canções de Antonio Tormo, Margarita Palacios e como não tivesse outro repertório, durante três audições consecutivas cantei as mesmas músicas. Naquela época, muita gente pensava que o folclore servia somente para acompanhar “noitadas e vinhos”. Certa vez o diretor da rádio disse algo sobre o folclore e seus intérpretes que eu não gostei e retruquei severamente. Aí terminou a minha primeira etapa no rádio”.
Convicta de que a única coisa que a interessava era cantar o folclore argentino, e sem importa-se em remar contra a correnteza, Mercedes Sosa se dedicou inteiramente a este gênero, transferindo-se primeiramente para Mendoza, deixando para trás a timidez da infância e o pseudônimo de Gladis Osornio, com o qual se apresentou nos primeiros tempos. Já em Buenos Aires, tratou de viver do folclore, mas era realmente difícil, portanto empregou-se em uma fábrica. Ao mesmo tempo gravava seu primeiro compacto simples, que não teve grande repercussão.
Mas ela já havia chamado a atenção de alguns folcloristas e intelectuais. Foi assim que Sabato e Falú a convidaram para cantar a “vidalita” no “Romance da Morte de Juan Lavalle”. “Em 1965, fui a Cosquín, uma ótima experiência para mim. Mas isto não me tornou conhecida em Buenos Aires. Fiz minha primeira viagem ao exterior. Apresentei-me no Uruguai e sai-me bem melhor. Novamente em Buenos Aires, dei um recital no Teatro IFT, e em 1966 voltei a Cosquín. Creio que foi a partir desse momento que se deu a minha afirmação”.
E assim veio a consagração em Cosquín. Todos começam a falar dessa cantora excepcional por muitos motivos. Em Berlim, um dos mais respeitados críticos musicais comenta que: “Depois de Edith Piaf não havia encontrado uma cantora popular de tal força e personalidade”.
A carreira discográfica de Mercedes está inteiramente ligada à phonogram e não pode ser mais brilhante, tendo gravado dezesseis Lps. “Todos me agradaram no momento, não tenho preferências. Nunca me atrevi a compor porque conheço minhas limitações e prefiro interpretar o que há de bom dos outros. Sou sincera, mas não sou humilde. Quando canto sei que estou dando o melhor de mim mesma”.
Durante sua carreira ela realizou muitas excursões, mas a mais importante é, sem dúvida, a que realizou em 1973 por quase todos os países da Europa, tendo sido aclamada e reconhecida internacionalmente como “A voz do Folclore Argentino”.
*Quíchua – Importante língua indígena sul-americana ainda hoje falada na Bolívia, Argentina, Equador e Peru, e que foi a língua geral do antigo império inca.
LADO 1
La mamancy (Armando Tejada Gómez - César Isella)
Poema 15 (Pablo Neruda - Víctor Jara)
La trunca norte (Raúl Mercado - Óscar Além)
Las estatuas (María Elena Walsh)
Drume negrita (Ernesto Grenet)
Cantor de oficio (Miguel Ángel Morelli)
LADO 2
Los pueblos de gesto antiguo (Hamlet Lima Quintana - Tacúm Lazarte)
La cuna de tu hijo (Damián Sánchez - José Pedroni)
Peoncito de estancia (Linares Cardozo)
Muchacho pelador (Osvaldo Costello)
Cuando voy al trabajo (Víctor Jara)
Indio (A.Maguina)
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Um comentário:
Como estás meu companheiro de caminhada. Espero que bem acompanhado por borboletas coloridas, pássaros cânoros e pela amada que lhe acalente o coração.
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