LP VILLA-LOBOS CONCURSO INTERNACIONAL DE VIOLONCELO
1976
TAPECAR
ALBUM MEC/MVL/ FUNARTE 017
Órgão do MEC/DAC, o Museu Villa-Lobos tem firmado a tradição, dentro e fora do País, dos Festivais anuais cuja mais importante parte são os Concursos Internacionais, que cada ano se apresentam com uma significação diferente. Múltiplos aspectos da obra imensa de Villa-Lobos solicitam, ano após ano, os respectivos intérpretes e membros do Júri, de todas as partes do Mundo,, que vêm trazer, ao nosso público, essa música de que só aos poucos nos aproximamos em sua quase integralidade. O sucesso de empreendimento mede o prestígio de que goza Villa-Lobos nos centros cultos do exterior; e essas manifestações anuais ativam esse prestígio e o tornam cada vez mais vivo: Devêmo-las ao carinhoso, devotado culto prestado a essa obra pela Sra. Arminda Villa-Lobos, traduzido em trabalho incansável, capacidade de organização e bastante originalidade de imaginação, porque no Concurso de Regência, do último ano, por exemplo, houve provas incomuns de ensaios de Orquestra. Este ano tivemos um Concurso Internacional de Violoncelo. Em si mesma, é uma competição bastante rara. Acresce que motivou a apoteose violoncelística dos 33 executantes que executaram a FANTASIA CONCERTANTE para Orquestra de Violoncelos. E o Concurso transcende o âmbito de Villa-Lobos para assumir um caráter nacional, ao abranger peças de outros, numerosos, compositores brasileiros.
O autor destas notas assistiu a um dos mais ilustres membros do Júri, o grande violoncelista Antonio Janigro, escrever, no Livro do Museu, uma declaração, em francês sobre o prélio. É, entre outras expressões encomiásticas, ele usou uma, bem simples: “propre”. Esse Concurso Villa-Lobos transcorre “proprement”. É, além de brilhante, uma coisa limpa. O autor destas notas participou de numerosos Concursos nacionais e internacionais e nem sempre “Hélas!” pôde dizer a mesma coisa. Havia não raro prejulgados que emanavam das nacionalidades e das condições de filiação didática dos candidatos, além de outras razões que convinham à “política” do Concurso. Nos Concursos Villa-Lobos não tem havido “política”. O Júri é bastante numeroso, bastante autorizado e bastante responsável para se evitar qualquer parcialidade. O resultado do Concurso não deixou dúvidas: 1º lugar: CSABA ONCZAY, húngaro; 2º lugar; ANTONIO JERONIMO DE MENEZES NETO, brasileiro; 3º lugar; LAURIEN LAUFMAN, norte americana.
Este disco, que comporta a redução pianística da FANTASIA para violoncelo e orquestra, por CSABA ONCZY, e a SEGUNDA SONATA para violoncelo e piano por ANTONIO JERONIMO DE MENEZES NETO, demonstra a qualidade dos candidatos que merecem essa honrosa classificação, e têm a sublinhá-las virtudes musicais e pianísticas do maestro Egger.
Por sua expressão internacional, o Festival Villa-Lobos foi institucionalizado pelo Departamento de Assuntos Culturais, do Ministério da Educação e Cultura. É, esse, por uma soma complexa de aspectos, um alto serviço prestado à cultura musical brasileira. Todos os povos, na realidade, honram seus músicos nacionais. É o caso da Finlândia, com Sibélius, da Polônia, com Chopin, da França, com Debussy ou Ravel, da Alemanha, com Bach, Beethoven ou Wagner, da Rumânia, com George Enesco, da Inglaterra, com Beijamin Britten, que acaba de desaparecer e a quem há poucos anos foi outorgado o título de Lord. No passado brasileiro, Villa-Lobos teve de alcançar, primeiro, a fama e a glória no estrangeiro. É no momento atual que mais a sua figura avulta, no Brasil, através dos Festivais.
Um aspecto particular marca o Concurso Internacional de Violoncelo – 1976 – porque está em causa o instrumento profissional da juventude do maestro. Villa-Lobos começou obscuramente a , carreira, tocando violoncelo – e este nobre instrumento, por sua vez, teve origens humildes.
O surto do violoncelo é relativamente recente, até conduzí-los às fulguruções de um casals, cujo centenário de nascimento o Concurso – 1976 comemora. Villa Lobos, violoncelista, consagrou ao seu instrumento obras de maior importância e originalidade, como as BACHIANAS primeira e quinta, a FANTASIA para violoncelo e orquestra e a segunda SONATA para violoncelo e piano.
A FANTASIA para violoncelo e orquestra, escrita em 1945, por sugestão de Burle Marx e dedicada a Serge Koussevitzky, teve sua primeira audição no Rio, com a Orquestra do Teatro Municipal, em 1946, quando foi solista Iberê Gomes Grosso e regento o próprio autor.
Na redução para violoncelo e piano, feita pelo compositor, tem inicio o movimento – LARGO – pelo piano que faz um desenho de notas duplas, no qual vai inserir-se, no sétimo compasso, a cantilena violoncelística. Uma seção POCO AGITATO é a parte central do movimento, que tem a forma A-B-A. O segundo movimento, que funciona como SCHERZO é MOLTO VIVACE, e se caracteriza por um desenho em semicolcheias, como se fosse um PERPETUUM MOBILE, de difícil execução, imitada pelo piano. O terceiro movimento é ALLEGRO ESPRESSIVO, onde o largo canto do violoncelo é acompanhado de acordes, staccato, do piano. Sucedem-se seções – ALLEGRO NON TROPPO, ANDANTE CAPRICCIOSO, ANDANTE e retorna o ALLEGRO, agora com notas duplas de piano.
A segunda SONATA para violoncelo e piano, op.66, obra de mocidade, pertence à fase universalista de Villa-Lobos e tem acentuado mérito intrínseco. O ALLEGRO MODERATO, primeiro movimento comporta de início largo trecho pianístico, com um baixo cantante. O tema do violoncelo é decisivo, exposto com veemência. O movimento lento é ANDANTE CANTABILE, em 12 por 8, cujo o tema o piano introduz, e a seguir dialogo com o violoncelo, que constrói suas frases com células do tema do piano e se apóia em harmonias pianística de requinte incomum. O SCHERZO, terceiro movimento, em seis por oito, tem no seu singelo ritmo binário a elasticidade motriz suficiente para conduzí-lo com a maior fluência de um extremo a outro. No quarto movimento, ALLEGRO VIVACE SOSTENUTO, encontramos idéias impetuosas, a parti do primeiro tema, lançado pelo celo, enquanto o piano tem acordes com a indicação: TRÈS SEC – AVEC LA SONORITÉ DE TAMBOUR. O tema do celo é STACCATO e formado de curtas células rítmicas.
Eurico Nogueira França
A
18 min
FANTASIA PARA VIOLONCELO E ORQUESTRA
(Redução para violoncelo e piano) (1945)
Largo - Poco Agitato
Molto Vivace
Allegro Espressivo
ao piano: F EGGER
CSABA ONCZAY - PREMIO VILLA LOBOS
B
26 min
DEUXIEME SONATE (violoncelo e piano) (1916)
Allegro Moderato
Andante
Scherzo
Allegro Vivace Sostenuto - Final
ANTONIO JERONIMO DE MENEZES NETO
PREMIO PABLE CASALS
Um comentário:
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