terça-feira, 30 de setembro de 2008

LP ARNALDO REBELLO: PIANO RECITAL


LP ARNALDO REBELLO: PIANO RECITAL

FJA 004


Entre dois tempos de valsa

Angelo Nascimento, maranhense como eu, viveu grande parte de sua mocidade, de pintor, ilustrador e jornalista, atuando nas páginas do matutino O ESTADO do PARÁ e de algumas revistecas , mundanas e literárias dalí.

Nunca lhe esqueci a delicada figura humana, dona de incomum inteligência e aguda sensibilidade, manifestas, para além da palheta e dos pincéis, através de caricaturas e epigramas eu numa simples conversa de esquina.

Dele é a caracterização de uma época da vida provinciana daquele trecho geográfico da Amazônia, O TEMPO DA VALSA, da qual participamos e outros, antes de nós, também.

Para Angelo Nascimento a um personagem coberto de sarna literária a idade que se lhe podia atribuir era a do TEMPO DA VALSA; e a outros, com pretensões a poeta, filósofos e mesmo políticos a mordacidade daquele artista lhes atribuía a mesma idade.

Mas essa expressão caracterizava, igualmente, outros personagens que se notabilizaram pelas idéias, atitudes e obras de indiscutível apreço...

Considerando a expressão O TEMPO DA VALSA de uma precisão singularíssima. Porque como se lê no PRONTUÁRIO DO ESTUDANTE DE MÚSICA, da autoria de Mauricio MURST e Radamés MOSCA, elegantemente apresentado por LUIZ HEITOR, professor catedrático da Escola Nacional de Música da Universidade do Rio de Janeiro, a VALSA não teve, como se crê, geralmente, origem na Alemanha, porque desde o século XII, era conhecida na Provença, pelo nome de VOLTA. A música era designada com o nome de Balada. No reinado de LUIZ XII foi da Provença para Paris, esteve em moda durante todo o século XVI, fez as delicias da côrte dos Valois, e, mais tarde, a VOLTA DA PROVENÇA, veio a ser a WALZER germânica. E, antes mesmo dessas datas, acrescentarei, discordando, em parte.

Acompanhando as sucessivas etapas da carreira artística de ARNALDO REBELLO, legítimo amazônida, com compositor e intérprete das suas creações, bem como intérprete de outros autores nacionais e estrangeiros, acredito que, a partir do lançamento, neste dias, de uma seleção de valsas de sua própria singular criatividade, vai suceder a expressão NO TEMPO DA VALSA, do maranhense ANGELO NASCIMENTO – cuja palheta era, sem dúvida, um original e fascinador instrumento, donde as cores explodiam, para a tela, como semitons – será substituída pela expressão consagradora NO TEMPO DAS VALSAS, sim, mas de ARNALDO REBELLO...

e isso porque, em todas as partituras, por ele assinadas, foram registrados os diálogos e os monólogos de amor, os hinos de fé e esperança da Natureza e do Homem da Amazônia, da sua História e do seu Destino.

16-08-76

Nunes Pereira.


J.OCTAVIANO

O grande e saudoso pianista, professor e compositor a quem o Brasil tanto deve em vários setores da vida musical, na sua variada obra de compositor muito se destacou pelas harmonizações para piano de melodias brasileiras, das quais as mais famosa é a da “Casinha pequenina” que Arnaldo Rebello interpreta neste disco.

BABÍ DE OLIVEIRA

“Compositora bahiana que divulga e engrandece os ritmos nacionais, suas criações têm algo de mérito e raro, constituindo-se em verdadeiro patrimônio da nossa música.” - palavras do Ministro Alvaro Dias, Presidente da Academia Guanabarina de Letras.

CARLOS DE ALMEIDA

Nasceu no Rio a 7 de julho tal como Arnaldo Rebello. Recebeu com ele na mesma data o 1º prêmio (medalha de ouro) do Instituto Nacional de Música, na classe de violino do prof. Francisco Chiaffitelli. Carlos de Almeida, violinista, professor, compositor começou suas atividades tocando piano e isso fica patente na maravilhosa qualidade instrumental das composições que Arnaldo Rebello acaba de gravar.

ARNALDO REBELLO nasceu em Manaus, em 1905, no dia 7 de julho. Muito cedo iniciou os estudos de piano, e, transferindo-se para o Rio de Janeiro, ingressou no Curso Superior de Piano do então Instituto Nacional de Música, na classe do Prof. Godofredo Leão Vellosos. Laureado por unanimidade com om 1º prêmio (medalha de ouro) do Instituto Nacional de Música, viajou para a Europa com bolsa de estudos concedida pelo Governo Brasileiro.

Em Paris, estudou sob a direção de Robert Casadeus, eminente pianista que mais tarde lhe escreveria: “V. Merece lugar de destaque, como artista e como professor, e desejo que o seu país lhe acolha como tal”.

Em 1953, tornou-se docente livre, e em 1958, Professor catedrático da Escola de Música da Universidade do Brasil, por concurso de títulos e de provas, obtendo as notas mais altas.

Doutor em música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem atuado como solista de várias Orquestras Sinfônicas de todo país.

Compositor nacionalista, suas obras são editadas pela casa Ricordi Brasileira e pela “Edições Guanabara” e adotadas nas Escolas de Música do país.

LADO A

ARNALDO REBELLO

Dez Valsas Brasileiras

EVOCAÇAO DE MANAUS Valsa Amazônica nº 1

VITORIA REGIA Valsa Amazônica nº 2

LUCIA Valsa Amazônica nº 3

CORAÇAO DE OURO Valsa Amazônica nº 4

LEONORA Valsa Amazônica nº 5

TARDE NO IGARAPE Valsa Amazônica nº 6

IGAPOS AO LUAR Valsa Amazônica nº 7

VALSA DE PAQUETA

VALSA DE PETROPOLIS

VALSA GAUCHA

LADO B

J. Octaviano CASINHA PEQUENINA

Babi de Oliveira TU, DOCE POEMA

Carlos de Almeida

CHOROSO E VALSA CARIOCA (da 1º Série de Ritmos Cariocas)

IV SERESTA

MEXIDINHO, CANTIGA DE RUA, FEITIÇO (IIº Série de Ritmos Cariocas)

DIVERTIMENTO

SERENATA A BRASILEIRA

GOSTOSO

Tienda Cafe Con Che

Porque é Imprescindível Sonhar

domingo, 28 de setembro de 2008

LP RAY CONNIFF 'S HOLLYWOOD 1971 CBS


LP RAY CONNIFF 'S HOLLYWOOD

1971

CBS 137070


Aqui temos novamente o inimitável estilo de Ray Conniff em outro programa de músicas de dança em mais um LP da série 'S'S'S'S'S e, desta vez, focalizando Hollywood. Tôdas as canções aqui contidas, menos duas tiveram sua origem em Hollywood e essas duas só se tornaram bem conhecidas depois de figurarem em produções cinematográficas.

Aqui vai a relação das músicas com seus respectivos filmes:

Love Is a Many Spledored Thing – canção tema do filme de 1955. “O Suplício de Uma Saudade” e de autoria de Paul Francis Webster e Sammy Fain

Thanks For The Memory – música do filme “The Big Broadcast of 1938” de autoria de Leo Robin e Ralph Rainger.

Easy to Love – melodia de Cole Porter surgida em 1936 na película “Born to Dance”

Pacific Sunset – linda melodia escrita em 1958 por Ray Conniff e incluída em filme ainda não lançado.

Cheek to Cheek – música de Irving Berlin e do filme “O Picolino” de 1935

My Heart Stood Still – da dupla famosa Richard Rodgers e Lorenz Hart. Melodia que teve origem na peça da Broadway “A Connecticut Yankee”, de 1927. Já foi incluída em uma produção cinematográfica.

Please – música de Leo Robin e Rauph Rainger incluída em 1932, na primeira versão de “The Big Broadcast”.

Love Letters e Laura – dois números de 1945 que foram temas dos filmes “Cartas de Amor” e “Laura”, respectivamente dois autores Edward Heyman – Victor Young e Johnny Mercer – David Raksin.

Stella by Starlight – do filme “The Uninvited” de 1945. Canção de autoria de Ned Washington e Victor Young.

Yesterdays – música de “Roberta” e “Lovely to Look At” de autoria de Otto Harbach e Jerome Kern, surgida no palco pela primeira vez com “Roberta” antes que a peça se transformasse em filme.

Might As Well Be Spring – música premiada pela Academia e lançada pela dupla de compositores Richar Rodgers e Oscar Hammersteins II em “Corações Enamorados”, filme de 1945,


DIFUSORA. SÃO PAULO – JUBILEU DE PRATA

Por favor não estranhem êste título. Vamos explicar tudo já. Não é todo dia que uma estação de rádio comemora 25 anos de vida. Discos Colúmbia sabem que a Difusora São Paulo, uma das mais antigas e simpáticas emissoras do Brasil comemora agora no dia 24 de novembro de 1959, 25 anos de atividades. Escolhemos então o artista que esteve em maior evidência justamente neste ano de 1959 para prestar uma pequena homenagem à Difusora São Paulo, a homenagem consistiu em submeter a seleção aqui contida aos programadores dessa emissora e fazer com que cada um escolhesse o número de sua predileção; e aí vai o que cada um dos rapazes que movimentam a Difusora escreveu sôbre sua melodia predileta:

REINALDO EUSEBIO (programador) – é fato incontestável que nossas vidas são constantemente enriquecidas por uma infinidades de grandes momentos. Momentos que assinalam não simplesmente um número de importantes fases em nossa existências mas que, dependendo da ocasião, se apresentam cheios de felicidade, nostalgia ou amor. Não importa que sejamos, cada um dêstes momentos tem um denominador comum. A sua expressão musical enche os corações de indeléveis recordações, assim como quando eu ouço “Stella By Starlight”.

RENATO e REGIS CARDOSO – se você já gostava, como nós, de “Easy to Love”, vai ficar gostando mais ainda – como nós – ao ouvir o arranjo que Ray Conniff apresenta aqui. Conhecemos um sem número de interpretações dessa música, mas nenhum tratamento dado até agora é mais sugestivo, se coaduna melhor com a sua “mensagem”, que êste aqui apresentado. Ouçam e vejam como é...”Easy to Love” com Ray Conniff.

ERLON CHAVES (“A discoteca do maestro Chaves”) - um punhado de notas conta o nosso destino:

Colcheias rápidas de olhares furtivos...

Semínimas breves de breves encontros...

Mínimas calmas do primeiro beijo...

Semibreves longas como nosso amor...

Um punhado de notas conta o nosso destino:

“Yesterdays”.

JOSE CLAUDIO (“Viva meu Samba”) - é interessante, mas esta música provocou a minha imaginação justamente numa época não muito longíngua em que eu esperava uma carta que...afinal chegou às minhas mãos. É por isso que até hoje, quando ouço “Love Letters” esqueço tudo e só fico pensando numa coisa: é por isso que gosto de “Cartas de Amor”...

LUIS NORIEGA (“Almoço com música”) - já me perguntaram se “Laura” é mania, lembrança de algum momento especial ou simplesmente um favoritismo apaixonado pela melodia. A verdade que a composição da dupla Mercer – Raksin é para mim, titular absoluta de tôdas as ocasiões, não havendo preferência destacada por esta ou aquela interpretação ou orquestração. A Colúmbia nos tem dado verdadeiras jóias em gravações de “Laura”: Paul Weston, Morton Gould, Frank Sinatra e o autêntico concêrto do pianista Valentino Liberace com a orquestra de Paul Weston, algo que faltava com relação a “Laura” nos é dado conhecer através do presente LP com orquestra e côro de Ray Conniff em mais um dos fabulosos arranjos do extraordinário musicista. Reforço magnífico para as “lauras” que já possuo.

RENATO MACEDO (“Revista do Cinema”) - em 1930 Bing Crosby, nascido Harry L. Crosby (como escreveria em sua coluna Matos Pacheco), fazia parte de um trio vocal da orquestra de Paul Whiteman, juntamente com Al Rinker e Harry Barris. Então veio o filme “O Rei do Jazz” e êle foi notado pelos “olheiros” da Paramont que o lançaram no estrelato em 1932 no filme “The Big Broadcast” exibido aqui em 1933 com o título de “Ondas Sonoras de 1933”. Nesse filme Bing popularizou a bonita melodia que é “Please”, surgida desde então em arranjos e interpretações de vários tipos até que foi incluída neste maravilhoso LP do consagrado Ray Conniff. Você vai adorara as faixas dêsse gosto LP, principalmente “Please”.

LIMA DUARTE (“PRF – Música”) - a primeira vez que ouví esta melodia não era primavera. Chovia muito e era inverno. Mas ao ouví-la, senti-me como se estivesse num jardim belamente florido e perfumado. Daí em diante passei a admirar mais, Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II – êles haviam conseguido quase um milagre, mesmo notando que a orquestra que executava o número era não muito brilhante e a cantora relativa. Eu invejo você que vai poder ouvir esta música assim como ela foi gravada aqui. Você sentirá como eu que, se for inverno, também pode ser primavera....IT MIGHT AS WELL BE SPRING

FRANCO NETO (“Quem escolhe sou eu”) - constantemente falamos sôbre música, discutimos sôbre música, trabalhamos com música. Muitas são as composições que nos chamam a atenção e que chegam mesmo a nos extasiar. Ouvimos a pouco tempo um LP Colúmbia com Sinatra, que continha a música por nós escolhida. Ficamos encantados. Ouvimos, ouvimos, ouvimos...pois bem, ela aqui está: “Cheek to Cheek” com Ray Conniff sua orquestra e vozes.

ARRUDA NETO (“Só Música”) - a vida é cheia de fases, ciclos e, principalmente no nosso ambiente, muitas dessas fases são marcadas pela música. “Love is a Many Splendored Thing” marcou uma boa fase da minha vida. Eis porque, além de apreciá-la na voz de Roy Hamilton e do nosso inesquecível Almir Ribeiro, gostaria de vê-la gravada por essa espetacular orquestra que é a de Ray Conniff. Parece que advinharam e Ray gravou a “minha” música.

KALIL FILHO (“Escala Musical Colúmbia e Club do Ar B-7”) - desde a interpretação de Margaret Whiting sempre gostei de ouvir essa “My Heart Stood Still”. Agora, do jeito como ouvi aqui, achei novo encanto no número, um espetáculo. E seria só isso se eu não fizesse questão de notar o seguinte: quase nunca aparece um LP com uma seleção tão ótima quanto esta. Nunca vi tanta música bonita reunida num só LP. Ray Conniff além de ser o excelente maetro-arranjador que é, é um homem que sabe das coisas. Quando você pensa que êle não pode apresentar nada de novo, tome novidade. Bom, fico esperando a próxima.

ABELARDO BARBOSA (“Cassino do Chacrinha”) - nunca ouvi “Pacifi Sunset”. Não ouvi mas gostei demais. Gosto do Ray Conniff porque êle sempre grava com um caldeirão na cabeça e um cacho de bananas dependurado no pescoço. Terezinha!...

MAURO PIRES (“Programa da Saudade”) - gosto de tudo quanto é música e dou razão a quem afirmou que a música é a linguagem universal. Em se tratando de música, apenas música instrumental, aprecio em pé de igualdade uma página romântica e um trabalho alegre. Dentro da música típica de Hollywood, sempre gostei daquela saída da inspiração de Victor Young. E, dentre as composições de Young, para mim, a preferida é Cartas de Amor. E com um tratamento de Conniff então...

À Difusora, os parabéns e o abraço de

TODOS NÓS.

Tienda Cafe Con Che

Porque é Imprescindível Sonhar

sábado, 27 de setembro de 2008

LP OLODUM MOVIMENTO 1993 CONTINENTAL




LP OLODUM O MOVIMENTO

1993

CONTINENTAL

LP107405521


O MOVIMENTO

“...um dia em uma época não muito próspera, esses jovens aprendizes acreditaram que podiam fazer algo de muito importante pela arte, pela cultura, pela sociedade, enfim por nossa história.”

O Movimento sela com chave de ouro, a seqüência do trabalho de dez anos, em quatorze já completos pelo grupo Olodum, onde esta gente aprendiz tirou da esperança, do amor e da fé, a força do sucesso desse trabalho, hoje reconhecido por todos.

Este disco é dedicado ao movimento dos sons, do Big Bang, dos ritmos, ao movimento daqueles que acreditaram na causa do Maciel Pelourinho, ao movimento dos Quilombos dos Palmares, da paixão da crença e da fé em Olodumaré, em Jah, em Alá, em Shiva, em Jeová...Deus, ao movimento cibernético, das estações de rádios, das antenas das iaôs, dos Terreiros de Candomblés, com suas parabólicas de olho no futuro.

Vida longa a todos que acreditam em tudo aquilo que fazem.

A REBELIÃO DO OLODUM

O passado, o presente e o futuro somos nós...

João Jorge / Euzébio Cardoso

LADO A

ALEGRIA GERAL – Germano Meneghel

ROSA – Pierre Onasis

AMOR DE EVA - Lazinho

MEL MULHER – Germano Meneghel

LITERATURA FARAONICA – Pierre Onasis

LUZ CELESTE - Maquinhos

LADO B

REQUEBRA – Pierre Onasis

PAPO FURADO – Reni Veneno

O FALO DA FALA – Tania Santana

SUENOS LEJOS - Lazinho

JAZZ E BLUES – Reni Veneno

TE AMO – Maquinhos

Tienda Cafe Con Che

Porque é Imprescindível Sonhar

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

LP MISA CRIOLLA ARIEL RAMIREZ LOS FRONTERIZOS PHILIPS MONO


LP MISA CRIOLLA

MONO

PHILIPS

SLP 9167

SOLISTA LOS FRONTERIZOS

REGENTE ARIEL RAMIREZ

CORO DA BASILICA DEL SOCORRO

CHANTRE PADRE J. G. SEGADE

AS OBRAS

Quando Ariel Ramírez resolveu compor uma missa cantada baseada em motivos puramente folclóricos, recebeu estímulo e orientação dos padres Osvaldo Catena, assessor de Liturgia para a América Latina, Jesús Gabriel Segade, chantre de Basílica del Socorro, e Alejandro Mayol, um dos maiores entusiastas da idéia. Após ambos debates, ficou resolvido que seria escolhido o texto litúrgico espanhol recentemente aprovado.

Para êsse texto deveria o autor encontrar os elementos rítmicos mais adequados para transmitir o fervor de cada seqüência da missa dentro do âmbito musical de nosso folclore. A esta dificuldade ajuntava-se o problema da escolha de intérpretes capazes de assumir a responsabilidade de exprimir, com devida beleza e autenticidade, esta ambiciosa criação.

Foi então que, tendo em vista tais problemas, o autor resolveu compor uma obra para solista, côro e orquestra. Para interpretá-la, foram escolhidos Los Fronterizos, prestigioso e popular conjunto formado por Eduardo Madeo, Gerardo López, Julio César Isella e Juan Carlos Moreno.

Os cantores da Basílica del Socorro, regidos pelo padre Segade – harmonizador da parte coral – e uma orquestra integrada por instrumentos regionais juntaram-se ao clavicórdio, instrumento que, por sua sonoridade e tradição evocativa foi escolhido por Ariel Ramírez, seu executante, para servir de apoio a orquestra.

A percussão, formada por dois bombos, bateria, tumbadora, gongo, côcos, chocalhos e outros acessórios, trouxe à obra elementos tipicamente americanos.

A MISA CRIOLLA principia com KYRIE, baseado em dois ritmos - “vidala” e “baguala” - que expressam, adequadamente, a súplica profunda desta litania. Aqui, destaca-se como solista, no tema de “baguala”, Geraldo López, cuja voz torturada, crispada, diz o tema principal da oração.

O excelente intérprete de “charango”, Jaime Torres, inicia o GLORIA de modo magistral, que marca o ritmo de uma das danças mais populares do país: o “carnavalito”. Êsse modo popular foi, com muito acêrto, escolhido para traduzir o júbilo da glória de Nosso Senhor, que Los Fronterizos e o Côro exaltam através de um diálogo encadeado de atraente vivacidade.

De todos os momentos da MISA CRIOLLA o mais difícil é, sem dúvida, o CREDO, devido a grandeza de seu tema e ao ritmo escolhido: a “chacarera trunca”, melodia muito popular em Santiago del Estero. Um ritmo atormentado, quase exasperado, sublinha a linha melódica que cerca com uma força dramática impressionante as réplicas de LOS FRONTERIZOS e o Côro, que se alteram na profissão de fé que é própria desta parte da Missa.

Ariel Ramírez escreveu o SANCTUS baseado num dos ritmos mais belos do folclore boliviano: o “carnaval de cochabamba”, de compasso marcado e subjugante, como o requer êste momento da Missa em que se aclama a glória que cobre os céus e a terra.

O AGNUS DEI é interpretada em “estilo pampeano”, íntimo, terno e solene. Nesta e na seqüência anterior, LOS FRONTERIZOS atuam como solistas, com a colaboração permanente do Côro e de uma ajustado fundo orquestral.

Se a MISA CRIOLLA foi concebida tendo em conta as exigências de um tema cheio de majestade, os motivos de NAVIDAD NUESTRA foram criados para um quadro nativo onde cada momento do Mistério da Encarnação é expressado de modo popular: com a ternura e plasticidade com que se evoca, no espírito das pessoas humildes, o milagre ocorrido há dois mil anos nas terras de Judéia.

Tornou-se necessário então, versos cálidos, ternos, simples, palavras que pudessem repetir aquêles que já sentiram a emoção do milagre natalino: Félix Luna foi o poeta que escreveu as canções, de NAVIDAD NUESTRA. Suas letras, aliadas às melodias populares compostas por Ariel Ramírez, tornaram possível o prodígio de uma estampa que tem sabor e côr americana sem perder o conteúdo universal.

Alguns integrantes de LOS FRONTERIZOS têm atuação destacada: Julio César Isella canta o “chamamé” com a delicada graça que exige o episódio da ANUNCIAÇÃO, juntando os sopranos do Côro a humilde resposta da Virgem Maria ao Anjo Gabriel. Na “huella” - onde o clavicórdio representa um papel condutor, Gerardo López é que relata a peregrinação de José e Maria, “com um Deus escondido” em seu seio. O NASCIMENTO, uma canção que exibe os elementos básicos da “vidala catamarqueña” num esquema musical que, pela sua linha melódica, pode ser, “nossa canção de natal”, oferece Eduardo Madeo a oportunidade de uma interpretação perfeita. A “chaya riojana” reúne LOS FRONTERIZOS, o Côro e a orquestra num ritmo alegre, pastoril, agreste, que lembra na letra e na melodia os vilancicos que, no Século de Ouro espanhol, esmaltaram as obras teatrais clássicas. A ADORAÇÃO DOS REIS MAGOS, surge em tempo de “takirari”. Contagiante ritmo boliviano, oferecendo então os Reis Magos do Oriente ao Menino Jesus arrôbe, mel e um poncho de alpaca...finalmente, eis a fuga da Sagrada Família, lenta e ferida, num motivo de “vidala tucumana” que transmite a angústia da Virgem em escapar do perigo que corre o filho.

NAVIDAD NUESTRA oferece, numa seleção que harmoniza tôdas as melopéias de nossa terra, o mistério da Encarnação ao nosso modo. Ao modo terno e simples em que costumam cantar, sob diferente céus, os que crêem na mensagem de um Deus que veio ao mundo para trazer paz aos homens de boa vontade.

Assim é a MISA CRIOLLA e a NAVIDAD NUESTRA. Êste disco reuniu a vocação criadora e a emoção interpretativa de vários homens e mulheres que deram prova de como se vivifica um mistério de amor, de como se pode cantá-lo com palavras próprias, vernáculas, porque sua importância não admite fronteiras. Um mistério de amor que – vimos bem – pode expressar-se igualmente com dignidade e beleza, em palavras e melodias que transmitem o cálido sabor de nossa terra.

LADO 1

Misa Criolla - Ariel Ramírez

Para Solistas, côro e orquestra

KIRIE (Vidala - Baguala)

GLORIA (Carnavalito - Yaraví)

CREDO (Chacarera trunca)

SANCTUS (Carnaval cochabambino)

AGNUS DEI (Estilo Pampeano)

LADO 2

Navidad Nuestra

Ariel Ramírez e Félix Luna

Para solistas, côro e orquestra

LA ANUNCIACION (Chamamé)

LA PEREGRINACION (Huella pampeana)

EL NACIMIENTO (Vidala catamarqueña)

LOS PASTORES (Chaya riojana)

LOS REYES MAGOS (Takirari)

LA HUIDA (Vidala tucumana)

Tienda Cafe Con Che

Porque es Imprescindible Sueñar

domingo, 21 de setembro de 2008

LP CONJUNTO ROBERTO DE REGINA CANTIGAS E CANCIONEIROS DE ESPANHA 1972 CBS


LP CONJUNTO ROBERTO DE REGINA CANTIGAS E CANCIONEIROS DE ESPANHA

1972

CBS MASTERWORKS 160178

Embora os espanhois houvessem conhecido e praticado a música dos mestres flamengos e franceses dos séculos XV e XVI, êles desenvolveram uma escola polifônica e religiosa e secular nacionalista, típica da Península. Várias coleções ou cancioneiros encerram precioso material, reunindo obras de autores conhecidos e anônimos. Os mais importantes são: - Cancioneiro de Palacio – Publicado pela primeira vez em 1890. Contém 480 composições a 2, 3 e 4 vozes, de caráter histórico, cavalheiresco, amoroso, religioso, burlescas pastorais e villancicos.

Cancioneiro de Upsalla – assim chamado por ter sido descoberto na biblioteca da Universidade de Upsalla, por Mitjana. Foi impresso em Veneza em 1566. Contém peças a 2, 3, 4 e 5 vozes, villancicos de autores anônimos e obras de N. Gombert, Vasquez, Encina e outros, a maioria em espanhol, 4 em catalão e 2 em gálico-português.

O villancico é, originàriamente, uma forma de canção popular de caráter pastoral, dedicada especialmente ao natal. Cantado em linguagem popular ou vilana, daí o seu nome, esta forma sofreu uma evolução, apresentando posteriormente uma forma polifônica erudita.

Alfonso X, o Sábio (1221-1284) – Rei de Leon e Castela, é o responsável pelo monumento mais valioso da lírica musical espanhola – as “Cantigas de Santa Maria”. Trovador, poeta e músico, compilou e compôs cantigas dedicadas à Virgem, onde narra seus milagres e sua participação milagrosa em vários acontecimentos de seu tempo, e fatos locais envolvendo também sua pessoa e sua família. São cerca de 400 poemas em dialeto gálico-português, preservados em notação musical em dois belos manuscritos na Biblioteca do Escorial.

Diego Ortiz, natural de Toledo, foi nomeado mestre da capela de Nápoles (1553), e em 1558 passou a ser mestre da capela do Duque de Alba.

Obras principais “Trattado de glosas sobre clausulas y otros generos de punto de la Música de Violones” (Roma 1553), tratado de ornamentação (disminucion), onde se expõe teorias de variações (glosas) sôbre temas dados (clausulas), obra das mais importantes no assunto “Musices liber I” contendo hinos, Magnificat, motetos e salmos a 4-7 vozes. (Veneza, 1565).

Luys de Narbaez, poeta e músico, natural de Granada.

Obra principal: “El libro del Delphin de Música de cifras para tañer vihuela” (Valadolid, 1538).

CONJUNTO ROBERTO DE REGINA

Este grupo tem desenvolvido um extenso programa cultural de divulgação da música medieval e renascentista, em concertos e conferencias em escolas, universidades, bem como em salas de concêrto, teatros, rádio e T.V.

Em 1968 representou o Brasil no IV Festival interamericano de música em Washington, dando na ocasião concertos em N. York e Boston.

1970 fez sua primeira tournée pelos Estados Unidos.

“...alto nível...côro soberbo...animou o palco com música de encanto irresistível” (Paul Hume) Washington Post, U.S.A.

“...contagiosa espontaneidade...um grupo bem integrado, que oferece a sua audiência uma noite de prazer auditivo” The Evening Star (Washington) U.S.A.

“...Eles sopram vida à música antiga...Todos sem exceção demonstram ritmo soberbo, flexibilidade no fraseio e, juntos cantam como um só embora retendo individualidade como cantores e músicos.

Foi um acontecimento camrístico...” The New York Times, U.S.A.

“...Este conjunto é um exemplo de arte da mais alta categoria - Deveria se apresentar em tôda parte...”O Globo – Brasil.

CONJUNTO ROBERTO DE REGINA

Myriam Moreira – Alaúde e Guitarra

Leda Alves – Soprano

Vera Maria Mattos – Soprano

Maria Esther Wanderley – Alto

Rosely Lerner – Alto

Peri Santoro – Tenor e flautas-dôce

Sallyr Lerner – Tenor

Allan C. Vianna – Baixo

Ruy Wanderley – Baixo e flautas-dôce

Roberto de Regina – Cravo e regência

Artistas convidados:

Marilia Peçanha – Flautas-dôce

Marilene Tibau – Flautas-dôce

Tienda Cafe Con Che

Porque é Imprescindível Sonhar

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

SRI SWAMI SIVANANDA LUZ, PODER Y SABIDURIA 1962 KIER



LUZ, PODER Y SABIDURIA
SRI SWAMI SIVANANDA

Oyas Espirituales!
EDITORIAL KIER 
Buenos Aires

Primera Edición en Español.

1962

NOTA DE LOS EDITORES
Este librito es un don del cielo. Es el Gurú de bolsillo, el amigo que siempre está a mano, el tónico que vigoriza y el suave aguijón que incita a la acción. Las llameantes palabras del Sabio Sivananda están presentes en este único tesoro para que usted pueda obtener el mayor provecho. Cada palabra se dirije especialmente a USTED.
Quizá se vea usted frente a un problema para el cual no halla solución; abra el libro en cualquier página y con seguridad encotrará la manera no sólo de resolverlo sino también de librarse de él. Quizá lo acose la duda, o la desesperación que amenaza con sumergilo en la oscuridad de la tristeza; entonces comprenderá usted todos los beneficios que puede obtener de este libro: ábralo en cualquier página y la luz que emana de ella seguramente disipará la oscuridad de la desesperación. Cada página está llena de Luz Divina, Poder y Sabiduria.
No obstante, aquel que aspira a lo espiritual es quien hallará en esta obra algo más indispensable para él que la visión de sus ojos; cuando se anda por el camino que conduce a la gran Finalidad, a través de la oscuridad que es Samsara, se necesita la Luz para vencer los obstáculos del Camino; para soportar la continua Vigilancia, para resistir las tentaciones y para seguir progresando con fortaleza, se necesita el Poder; para no caer en el error, para que la llama de la discriminación siga brillando, y para poder realizar la naturaleza esencial, se necesita la Sabiduria. Todo esto se encuentra en este libro.
El honor de poder ofrecer la duodécima edición de este inapreciable libre recae en Sri Sivananda Pomnaiah, de Kuala Lumpur, Malaya, quien ofreció la donación requerida para la publicación de esta edición como su Jnana Yajna Guru Jaja durante el auspicio y gozoso septuagésimotercero cumpleaños de Su Santidad Satgurudev Swami Sivandaji Maharaj.
Le ofrecemos nuestro más sentido agradecimiento a quien hizo esta grociosa contribución al progreso de la misión espiritual de Vida Divina de nuestro adorado Maestro. La mejor manera de expresar su gratitud a esta noble alma es hacer de este gran librito (se vende en la Tienda Cafe Con Che) un gran compañero constante y usarlo en la mejor forma posible.

LA LUZ EN LA VIDA
La ambición de poder, la codicia material, la sensualidad, el egoismo, la pasión, el deseo de riquezas y los apetitos bajos han arrancado al hombre de su verdadera vida espiritual y lo han arrojado en la vida materialista. Puede reconquistar su gloria Divina perdida se practica sinceramente los principios de la Bhakti. La Bhakti transmuta la naturaleza animal en la Naturaleza Divina y eleva al hombre ao pináculo de la gloria y del esplendor divinos.
Ojalá podías desarrollar la Bhakti para que así os conduzca a la divindad o autorrealización o realización en esta misma vida! Ojalá la llama espiritual arda con brillante fulgor en vosotros:

ADMITID VUESTRAS FALTAS
Conservad la llama Divina con brillante fulgor. Tratad a todo con respecto. Contemplad a todos con cuanimidad. Contemplad al Señor en todos los seres. Consagraos intensa y exclusivamente al Señor.
No os ofendáis por asuntos de poca monta. Admitid vuestras faltas cuando alguien os la señale. Agradeced al hombres que señala vuestros defectos. Rogad. Cantad el Lila del Señor. Lograréis la felicidad eterna.
Usad vuestra inteligencia. La inteligencia es la posesión más preciada que puede adquirir un hombre. En este mundo todo se debe realizar con inteligencia. Sólo entonces lograréis conquistar todos los objetivos deseados.

MATAD A VUESTRO PEQUEÑO EGO
Del mismo modo que las oscuras nubes cubren al ardiente Sol, así también las nubes del egoísmo y los Vasanas (deseos) ocultan el jnana Surya (Atma).
Conservad una corriente ininterrumpida de meditación. Matad el pequeño ego! Desarrollad el amor puro. Entregad el fruto de la acción al Señor. Rogaldle que os otorgue Su Gracia. Beberéis el néctar de la inmortalidad.
Despertad del sueño del materialismo y la ignorancia. Dirigid vuestra atención al servicio desinteresado y vuestra adoración al Señor. Desarrollad sentimientos fraternales hacia todos los hombres. Gozaréis de la Paz Suprema.

EL CONOCIMIENTO OTORGA LA LIBERTAD
La práctica del servicio desinterasado destruye los pecados e impurezas y provoca la pureza de Antahkarana. El conocimiento del Yo surge en una mente pura. El conocimiento del Yo es el único medio directo que lleva a la libertad. No es posible cocinar sin fuego, tampoco lo es la emancipación sin el conocimiento del Yo. El conocimiento por cierto destruye la ignorancia de igual manera que la luz destruye la más densa obscuridad.
Absorbeos en vuestro trabajo. Entregaos a él con todo vuestro corazón, mente y alma, no os preocupéis por los resultados. No penséis en el exito o el fracaso. No penséis en el pasado. Tended completa fe. Practicad la confianza en vos mismo. Estad siempre atento. Conservad la mente fría y equilibrada. Trabajad por amor al trabajo. Tened osadia y valor. Lograréis el triunfo en cualquier empresa. Éste es el secreto del éxito.

MANTENEOS INMÓVIL
No os quejéis si lo que os rodea es malo. Cread vuestro propio mundo mental y medio ambiente. Construid apropiadamente vuestro carácter. Formad hábitos virtuosos y sanos.
Comprended la gloria, esplendor y poder del Yo que está tras vuestra mente, pensamientos, voluntad y memoria. Conservad vuestro cuerpo fuerte y sano ejecutando regularmente ejercicios. Convertíos en un héroe espiritual.
Cerrad las puertas de los sentidos. Aquietad los pensamientos, emociones y sentimientos. Sentaos tranquilamente y con calma en las primeras horas de la mãnana. Mantened una atitud receptiva. Seguid a Dios. comulgad con Él. Gozad de duradera paz en silencio.

Tienda Cafe Con Che
Porque es Imprescindible Sueñar

terça-feira, 16 de setembro de 2008

CONTINENTE SUL SUR PERIODISMO CULTURAL NO CONE SUL


CONTINENTE SUL SUR

Revista do Instituto Estadual do Livro

Secretaria de Cultura do Rio Grande Do Sul

CORAG

ANO 1

1996

Nº 2


PERIODISMO CULTURAL NO CONE SUL

COLABORADORES

TANIA FRANCO CARVALHAL Periodismo, P.F. Gastal e o Caderno de Sábado

JOSE CASTELO A Cultura na tempestade

LUIZ RODRIGUEZ CARRANZA Argentina, años 90: el intelectual y los medios

ANTONIO DIMAS Um suplemento carnudo

WALTER GALVANI Abrindo uma janela

ANTONIO HOHLFELDT Jornalismo cultural: uma perspectiva

JAIME CIMENTI Criação e difusão no periodismo cultural

LISA BLOCK DE BEHAR Los medios y sus fines

JOAO CARLOS TIBURSKI O íntimo punhal na garganta da cultura

NOE JITRIK

EDUARDO ROMANO Reseña de una experiencia profesional y de investigación

MARIA LUCIA DE BARROS CAMARGO Poéticas contemporâneas: marcos para uma pesquisa

IR. ELVO CLEMENTE As revistas da Livraria do Globo

SILVIA MARIA AZEVEDO Joaquim Norberto: o nacional e a história

JUSSARA MENEZES QUADROS Primeiras impressões: romantismo e edição

SERGIO CAPPARELLI O campo híbrido do jornalismo e da literatura

MOACYR SCLIAR Jornalismo e literatura: a fronteira conflagrada

SERGIO ENDLER O folhetim moderno: informação e significado

MARIA CLARA BONETTI PARO Whitman nas traduções e periódicos brasileiros

MARIA LUIZA BERWANGER DA SILVA 1925, paisagem e memória

LEA MASINA Periodismo cultural no início do século

OSCAR STEIMBERG El suplemento cultural en los tiempos de la parodia

IVETTE BRANDALISE Investindo no drible

JOAO MANUEL DOS SANTOS CUNHA Cinema: as críticas e os limites de uma impossibilidade

PATRICIA LESSA FLORES DA CUNHA

GILDA NEVES DA SILVA BITTENCOURT

Embora aparentasse ser um imigrante europeu, João Fahrion nasceu em Porto Alegre, em 1898. descendia de família alemã. Ainda jovem mostrou grande sensibilidade para com as artes plásticas desenhando figuras, pintando paisagens e, mais tarde, experimentou as letras escrevendo poemas.

Através de uma bolsa de estudos oferecida pela Estado (na verdade financiada pela família) recebeu seus primeiros estudos em Berlim, em Muniche e Amsterdam com os mestres: Müller, Scoenfeld além do escultor italiano, Giuseppe Gaudenzi. De lá enviou trabalhos para o Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (1922), recebendo sua primeira Medalha de Bronze. De volta a Porto Alegre, em 1924, executou alguns murais e dedicou-se a litografia iniciando-se como ilustrador. Participou de vários Salões e Mostras, coletivas e individuais entre outros, do “I Salão de Outono” (1925), do “II Salão do Instituto de Belas Artes” em Porto Alegre (1940). “Um Século da Pintura Brasileira”, além de coletiva da “Associação Francisco Lisboa”, da qual fora sócio fundador, fazendo jus a premiações, inclusive Medalha de Ouro.

Como Professor ensinou Artes em Pelotas e em 1936 assumiu no então instituto Belas Artes de P. Alegre a Cadeira de “Desenho do Modelo Vivo”, alí permanecendo até a sua aposentadoria. De temperamento introvertido e extremamente sensível, possuía uma invejável cultura – mas era de pouco falar. Encontrando na Arte sua forma de comunicar-se, Fahrion foi, seguramente, mais do que professor, um verdadeiro artista.

Desenhista por excelência, teve uma longa carreira como ilustrador deixando com seu traço inconfundível, desenhos e litos em diversas publicações, páginas de jornais e revistas, além de edições literárias da antiga Livraria do Globo: de livros infantis à obras de Érico Veríssimo.

Sua trajetória na pintura caracterizou-se por uma linguagem que o coloca bem próximo do “art déco”: a presença do desenho é uma constante que pela linha firme dos contornos, quer pela pincelada larga e rápida. Assim foi ao pintar as ruas de Porto Alegre e ao restaurar figuras de nossa sociedade; assim foi ao criar grandes composições para painéis e cenários como também nos auto-retratos que realizou em épocas diferentes.

Mas foi principalmente na sensualidade da figura feminina – fantasiosa ou desnuda – que João Fahrion melhor deixou sua personalidade artística, dando aos seus modelos no dizer de Luiz Carlos Lisboa “...uma formosura que jamais passa da moda”.

Yone Soares de Lima

Pois é Laguna está morrendo, todo mundo vai s'embora, rumo desses campos do SUL.

Érico Veríssimo, in O Tempo e o Vento – O continente I

(...)preséntate de nuevo la selva, a merced de algún río que la favorece, hasta que, al fin al SUR, triunfa la pampa(...)

Domingo Faustino Sarmiento, in Facundo.

PERIODISMO, P.F. GASTAL E O CADERNO DE SÁBADO

Tania Franco Carvalhal

De 26 a 28 de junho deste ano, realizou-se em Porto Alegre o Colóquio Internacional “O Periodismo Cultural no Cone Sul”. Reunindo pesquisadores sobre o tema, jornalistas atuantes em várias áreas culturais e estudantes de Letras e Ciências da Comunicação, foi organizado pelo Instituto Estadual do Livro, órgão da Secretaria de Cultura do Estado, com a participação do Instituto de Letras da UFRGS, contando também com docentes de outras universidades como a UNISINOS, PUCRS e UFPEL e o apoio de órgãos financiadores de pesquisa, CNPq e FAPERGS. O Museu Hipólito José da Costa, que possui o melhor acervo de periódicos do Estado, entendeu a afinidade da proposta e sediou o evento.

Cabe ressaltar no conjunto das contribuições, a presença de pesquisadores que vieram de países como o Uruguai, a Argentina, também da Bélgica e de outros lugares do país, para, em conjunto com colegas do Rio Grande do Sul, discutir o tema do “Periodismo Cultural no Cone Sul”. Foi a presença desses participantes e o interesse do público que asseguraram a importância do Colóquio, garantindo a troca de experiências e o intercâmbio de idéias durante três dias. Com efeito, confrontar idéias, critérios, situações históricas, contextos culturais foi, certamente, o objetivo central que congregou a todos.

Através desse confronto, buscou-se a integração cultural, entendida como o reconhecimento das diversidades, a aceitação das divergências e a noção básica de que o conhecimento do que nos é próprio passa pelo conhecimento do que nos é alheio...

A CUTURA NA TEMPESTADE

José Castello

O impasse do jornalismo cultural brasileiro, hoje, é o impasse do jornalismo. Estamos todos imersos, às portas do século 21, em uma tempestade de informações. Satélites, fax, computadores, cadeias planetárias de notícias, tvs a cabo, Internet: fomos transformados em pequenas aranhas, cheias de pernas e conexões, grudados à grande teia da informação instantânea. Não há como dela escapar e toda negação dessa realidade se torna, apenas, uma forma de cegueira, para não dizer burrice.

A imprensa brasileira ainda reage com lentidão a essa nova atmosfera e, por vezes, parece sufocar. Temos algumas raras experiencias isoladas que merecem registro. Tenho a sorte pessoal de participar de uma delas, sob o comando do jornalista Evaldo Mocarzel, editor do “Caderno 2” de O Estado de S.Paulo. Gosto muito de pensar a partir de minhas experiências particulares – por mais que isso, muitas vezes, possa ser confundido com o narcisismo exacerbado e uma visão curta do mundo. Acredito ao contrário, que profunda é a experiência que se passa sob nosso nariz. A grandeza – se é que a podemos desejar – está na maior parte das vezes, guardada em nosso próprio quintal....

ARGENTINA, AÑOS 90: EL INTELECTUAL Y LOS MEDIOS

Luiz Rodríguez-Carranza

El contexto latinoamericano en los años 90 está marcado por los procesos de democratización que tuvieron lugar en los diferentes países del continente. Los "milagros económicos" de los años setenta y ochenta nos sumieron definitivamente en la deuda externa, y la población urbana creciente se ve confrontada a una progresiva pauperización. El espacio institucional abierto después de la caída de las dictaduras militares creó grandes expectativas: pero la creciente desigualdad social y la marginalización, las economias paralelas y el mercado de la droga no encontraron explicaciones aceptables ni soluciones en el neoliberalismo de las élites gobernantes. La desilusión respecto a sus propias posibilidades de ingerencia planteó entonces como tarea urgente para los intelectuales la discusión de los significados y posibilidades de la democracia.

El tema, desde luego, no es nuevo en la historia de los intelectuales argentinos. Desde fines del siglo XIX "la emergencia del nuevo sujeto social constituido por las multitudes" fue vinculada directamente "con el fenómeno inmigratorio y la cuestión democrática" (Terán 1993:45), Los "pensadores" encontraron su misión en la construcción de nuevos referentes de adhesión y consenso en el mundo secularizado de la modernidad. El objetivo central fue evitar la "desintegración". Los términos de la ecuación que regiría todo el siglo XX, dice Terán, ya están planteados: cómo integrar sin desintegrarse? cómo coordinar la pluralidad y la colectividad en la sociedad, la multiplicidad de "pueblos" diferentes y concretos que cuestiona la soberania popular construída en el papel?

Ahora bien, si la ecuación sigue siendo la misma después de un siglo, la confianza en las posibilidades concretas de una práctica intelectual en el marco de la democracia ha sufrido reveses. Las estrategias de ingerencia ha sido muy diferentes, y se han adaptado a las condiciones políticas e ideológicas coyunturales. Lo que parece evidente, de todos modos, es que "la mayoría de los intelectuales, artistas y pensadores argentinos no puede renunciar definitivamente, sin grandes conflictos, a influir en la vida de su comunidad" (Maresca, 1993: 482). La situación actual, sin embargo, no parece permitírselo: el discurso neoliberal los excluye; el discurso posmoderno los declara superfluos. Una segunda tarea se les impone entonces, tan importante - porque de ella depende su propia existencia - como la de las posibilidades de la democracia. La tarea de preguntarse, una vez más, para qué sirven....

UM SUPLEMENTO CARNUDO

Antonio Dimas

Quando me convidaram para falar neste seminário sobre jornalismo cultural, revistas e suplementos literários, solicitei aos colaboradores que me permitissem uma breve recordação pessoal. Há tempos que eu esperava uma oportunidade como esta para fazer um agradecimento público, reconhecendo a importância de um suplemento literário na minha formação, em particular, e , acredito, na minha geração.

No entanto, antes de incursionar por essa lembrança, preciso delimitar alguns marcos de tempo e de espaço, para que esta introdução ganhe contornos mais claros diante de um público distante das referências de que tratarei hoje.

Ao contrário da grande maioria dos meus colegas da Universidade de São Paulo, formei-me no interior do Estado, numa cidade a mais de 400km da capital, numa época em que se começava a pôr em prática a descentralização do ensino superior em São Paulo. Isso foi nos anos 60 e a cidade chamava-se Assis. Numa época em que as ferrovias brasileiras ainda eram visíveis, aprendemos, na escola primária, a nos referirmos às regiões paulistas em termos de Mogiana, Sorocabana, Paulista, Noroeste, Araraquarense, etc. Assis ficava na Alta Sorocabana, cerca de 12 horas de trem de São Paulo. O melhor deles era o de luxo, trem de aço que despejava passageiros na cidade por volta de 8 horas da manhã, quando não ocorriam os atrasos sistemáticos e exasperantes. Pois bem. No final dos anos 50, por um desses “passes de mágica” que acontecem de vez em quando no Brasil, Assis e outras cidades paulista como Franca, Marília, Araraquara e Presidente Prudente, foram premiadas com uma faculdade. De repente não se sabe como, caiu uma Faculdade de Letras em Assis, terra de boiadeiro, terra de café, um lugar muito mais indicado para uma escola superior de agronomia ou veterinária do que para um centro de Humanidades. De repente, não mais que de repente, um governador correto, um politico local e um professor bem intencionado deram-se as mãos para a criação daquilo que viria a se tornar, em breve e por breve tempo, um centro de referências no ensino de Letras deste país, por vários motivos. Pela excelência do seu corpo docente, por exemplo: pelo tempo integral obrigatório a que eram submetidos professores e alunos; pela seleção criteriosa do acervo bibliográfico; pelas instalações privilegiadas do equipamento físico; pelo cuidado intenso e regular acerca da publicação acadêmica, o que deu origem a uma REVISTA DE LETRAS de padrão elevado....

ABRINDO UMA JANELA

Walter Galvani

O depauperamento dos espaços destinados à Cultura teve a ver em Porto Alegre, capital do Rio Grande de Sul, este estado que se quer apresentar como importante parcela brasileira do projeto do Mercosul, com o empobrecimento dos próprios meios de comunicação social. Se é verdade que aí estão operando aparentemente prósperos negócios no ramo da televisão, do rádio e do jornalismo impresso, também é certo que a falta de valor econômico, talvez por desconhecimento da real essência das questões por parte dos agentes da sociedade, não garante ao fato cultural, neste mundo de negócios, um espaço proporcional ao seu significado real.

O lazer tem o primeiro lugar, dividindo entre esporte, música popular, opções de divertimento ou ocupação do tempo livre, a disponibilidade de espaço, que ainda partilha com a informação jornalística dos fatos do dia que comparece travestida de violência com embalagem colorida. Há o espaço político que se estende ou se fecha, de acordo com os interesses que manuseiam a cortina do grande palco.

Esta é uma bela capital, com uma tradição européia, diz-se, advinda das correntes imigratórias que nela confluíram, onde vigora uma alta média, a maior do Brasil, de índice de leitura de jornais, mas que foi atingida por uma bela crise nos anos oitenta que devastou-lhe um dos pilares, levando para falência a mais antiga e tradicional empresa da área de comunicação social. Passada a ressaca, restaram na “mídia” tradicional, apenas três jornais: um deles, O JORNAL DO COMERCIO, dedicado a um segmento específico (Indústria, comércio e serviços); o outro, o antigo CORREIO DO POVO que reapareceu depois de 26 meses de interrupção com o formato reduzido de standard para tablóide e confinado a um número reduzido de páginas; e outro, a ZERO HORA, com anunciada pretensões nacionais, mantendo um “Segundo Caderno”, mas com pletora de espaços comerciais e funcionando como um veículo de mercado...

Tienda Cafe Con Che: musica, literratura, et caetera.

domingo, 14 de setembro de 2008

COMO JAMAS TAN VIVO "CHE GUEVARA" 1987 EDITORA ABRIL LA HABANA


COMO JAMAS TAN VIVO

Editora Abril
Calle Virtudes, No 257,  / Aguila y Galiano,
Centro Habana, Ciudade de La Habana

1987

Selección y presentación
WALDO GONZÁLEZ LÓPEZ


AVISO

Se afirma un pueblo que honra a sus héroes.
José Martí.

Esta selección de poemas es como el canto agradecido de la juventud cubana a Ernesto Guevara de la Serna en el XX Aniversario de su desaparición física.
se trata, pues, de un variado homenaje de los poetas jóvenes al Poeta que escribió sus mejores versos en la Sierra y el llano, en Punta del Este y Quebrada del Yuro. La voz multiplicada, unánime, el ardiente himno de tantos a Aquél, ayer, hoy y siempre entre nosotros, tan vivo como en los primeros años de Revolución ("Cuba te sabe de memoria", escribe Guillén en su hermoso "Che Comandante").
Los autores - nacidos en el lapso de un cuarto de siglo: entre 1940 y 1964 - son miembros de la UNEAC, la Asociación Hermanos Saíz y los Talleres Literarios. Cada cual muestra, con la eficacia que le es dable, su admiración y respeto por el luchador de cuerpo entero que dio hasta su propia vida por la causa, impar, de la liberación de nuestra América.
Tal Razón de amor y fidelidad a su ideario vigente confirma la utilidad de este volumen - caro anhelo en el que laboré durante años - con el que creo cumprir un elemental deber de revolucionario, al evocar, colectivamente, al Guerrillero Heroico, vivo para siempre en su ejemplo, guia de la infancia y la juventud cubanas.
Ciudad de La Habana, junio 1986.

Waldo González López.

Miradlo caminar, sereno, erguido,
miradlo entrar, de pie, por las canciones
de los pueblos.
Miradlo entrar, como jamás tan vivo
en espejo del hombre
convertido.

Félix Pita Rodríguez

TU NOMBRE
Tu nombre, Che, detrás de cada puerta
tapiada por el miedo de un tirano.
Tu nombre, Che, una ventana abierta
hacia un futuro humano, muy humano.

Tu nombre, Che, pulverizando sombras
desde el limpio coraje con que arde.
Tu nombre, Che, tres letras con que escombras
odio, altivez y miedo del cobarde.

Tu nombre, Che, con su cortante filo
que arrasa y deja a la maldad en vilo
y levanta lo justo y verdadero.

Tu nombre, Che, cabalga por América
con su fuerza telúrica y colérica.
Tu nombre, Che, tu nombre guerrillero.

Fermín Carlos Díaz (La Salud, La Habana, 1954)

CHE
Cómo es aquel relincho, americano?
Léon Felipe

El siglo aunque sediento está dejando
tu costillar, tu sueño y tu destino.
Desde la cima del bastón andino
un nuevo rostro sigue improvisando.

Marcha verdeolivo, con tu traje,
sangrando por aquella quemadura.
Anda felíz, obviando lo que dura
el necesario abrigo del paisaje.

Ahora que se va ya casi viejo
no deja de mirarse en vuestro espejo.
Qué suerte la que tiene todavía

para no sucumbir como los otros
y qué suerte también la de nosotros
que marche guerrillera su osadía.

Alberto Curbelo (Camagüey, 1957)

VERSIÓN DEL GUERRILLERO

Volverá,
lo conozco.
Como el pedazo de una estrella
volverá.
Nunca en su estirpe
ha muerto para siempre un hombre.

Omar González (Vueltas, Villa Clara, 1950)

CUECA DEL CHE GUEVARA
(Para grupo folclórico latinoamericano)

Hoy yo vengo a cantarle
al guerrillero
al héroe, al comandante,
al compañero.

Al compañero y hombre
del siglo XX
que ha trazado el camino
para el que viene.

El camino alumbrado
por su palabra,
su palabra y su sangre
ya derramada.

Sangre del norte a sur
del Continente,
naciendo como el día 
por el oriente.

Allá en oriente fue 
su desembarco
en la historia de América
con Fidel Castro

Con Fidel Castro, sí,
echó su suerte
y la jugó mil veces
contra la muerte.

Con la muerte convive 
el guerrillero,
el que elige el camino
y es el primero.

Es el primero, sí,
en dar la cara.
El que de esto no sepa,
mejor se calla.

Yo no me callo, digo,
que el movimiento
se prueba caminando;
no me hagan cuentos.

No me hagan cuentos, no,
porque el coraje
hay que enseñarlo entero
en el combate.

En el combate, digo,
que fue el primero.
Siempre muy por delante
puso el pellejo.

Puso el pellejo, sí,
allá en la Plata,
El Hombrito, Mar Verde,
Pino del Agua.

Pino del agua, sí,
en Santa Ana,
Arroyo del Infierno 
y Santa Clara.

A Santa Clara, sí,
desde el Uvero,
por Cabaiguán pasando,
por El Pedrero.

Por El Pedrero, sí,
la comandancia,
Caballete de Casa,
hacia La Habana.

A La Habana, sí, sí,
bajó en enero,
desde la sierra alta,
el guerrillero.

El guerrillero, digo,
mano con mano,
a levantar la Patria
de Fidel Castro.

Con Fidel Castro, sí,
hombro con hombro,
ministro, dirigente,
sin un reposo.

sin un reposo, no,
que el que se canse
puede estar en la lucha
pero no alante.

Pero no alante, no,
brazo partido:
junto con los mejores
en el Partido.

En el Partido, sí,
el comunista
que ha entregado la causa
toda su vida.

Toda su vida, sí,
golpe con golpe.
a ese ritmo violento
se hacen los hombres.

Se hacen los hombres, sí,
para el futuro,
en un horno caliente
con hierro duro.

Con hierro duro, sí,
y amor muy grande,
de la Sierra Maestra
hasta Los Andes.

Hasta Los Andes, sí,
que no hay fronteras
si hay una misma patria:
Latinoamérica.

América Latina.
Liberación.
El pueblo está pidiendo 
Revolución.

REvolución, sí, sí,
a cuatro vientos.
Por donde pase uno,
pasarán ciento.

Pasarán ciento, sí,
miles millones,
América se ha puesto 
los pantalones.
Los pantalones, sí,
y ha echado a andar.
"Hay que hacer dos o tres,
muchos Viet Nam."

Muchos Viet Nam, sí, sí,
en Argentina,
Colombia, Guatemala,
Brasil, Bolivia.

En Bolivia, sí, sí,
ay, comandante,
el enemigo ronda
para matarte.

Para matarte, no,
cuídate, hermano.
Los que no se atrevieron,
te traicionaran.

Te traicionaran, sí,
la camarilla;
merecen que los cuelguen
por las rodillas.

Por las rodillas, digo,
porque no tienen
la parte de los hombres
donde conviene.

Donde conveniene, sí,
los desunidos,
los que juegan el juego
del enemigo.

El enemigo, digo,
perro rabioso.
La sangre de los héroes
no cae en el foso.

No cae en el foso, no,
mi comandante.
Quisieron darte muerte,
tú los burlaste.

Tú los burlaste, sí,
ay, guerrillero.
Rompiste para siempre
todos los cercos.

Todos los cercos, sí,
hacia el futuro.
Andas por los caminos
de todo el mundo.

De todo el mundo, digo,
en la batalla,
con su grito de guerra
va Che Guevara.

Aquí acaba esta cueca
ya, compañeros,
pero la lucha sigue
a sangre y fuego.

Adiós no, guerrillero,
sino hasta luego.

Rafael Hernández (La Habana, 1948)

Tienda Cafe Con Che
Porque es Imprescindible Suenãr.